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Tudo balançou muito forte, diz brasileira no Chile

Edilson Saçashima*

Do UOL Notícias <br> Em São Paulo

27/02/2010 10h52

Atualizado às 11h47

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"Fui acordada por um forte tremor. De repente tudo começou a tremer. O tremor foi ficando cada vez mais intenso". Assim a brasileira Mônica Giannini descreve ao UOL Notícias o terremoto de magnitude 8,8 que atingiu o Chile na madrugada deste sábado (27). Giannini diz que o tremor derrubou estantes e móveis em seu apartamento, no segundo andar de um edifício em Santiago e provocou a queda de uma fachada de um edifício e de uma árvore na região. Pelo menos 85 pessoas morreram, segundo a presidente chilena, Michelle Bachelet. Foi decretado estado de catástrofe no país.

  • Jose Luis Saavedra/Reuters

    Equipes de resgate procuram sobreviventes entre escombros de um complexo de apartamentos que desabou parcialmente na cidade de Concepción durante tremor que atingiu o Chile

"Já senti outros tremores mais suaves, mas este foi diferente. Tudo balançou muito forte", descreve Giannini. Segundo a brasileira, uma amiga que mora no 19º andar de um prédio em Santiago, teve o apartamento "revirado", com todos os móveis e estantes derrubados.

De acordo com o United States Geological Service (USGS, por sua sigla em Inglês), o terremoto teve seu epicentro a 35 quilômetros de profundidade, na região de Bio Bio, a cerca de 320 quilômetros ao sul da capital chilena, Santiago, e 91 quilômetros ao norte de Concepción.

O Itamaraty informou que o terremoto que atingiu o Chile neste sábado não abalou a embaixada brasileira, localizada em Santiago. Também não há notícias de brasileiros feridos ou mortos na catástrofe, de acordo com a assessoria de imprensa do Itamaraty.

O Itamaraty informa que a embaixada do Brasil em Santiago está trabalhando para dar apoio aos brasileiros que estão no país. Informações sobre brasileiros no Chile podem ser conseguidas pelo telefone (0/xx/61) 3411 8804 ou 3411 8805. O atendimento nestes telefones será feito entre 10h e 18h. Após esse horário, o Itamaraty pede para entrar em contato pelo telefone (00/xx/61) 8197 2284.

Ao sentir o tremor, por volta das 3h34 no horário local, Giannini correu pelas escadas com tudo que conseguiu pegar e foi para a rua, onde ficou até o amanhecer.  O tremor provocou o corte de luz e telefone na região durante a madrugada. Os serviços foram restabelecidos por volta das 9h30 no bairro de Providência, na região sudeste de Santiago, onde Giannini mora.

No entanto, segundo as agências de notícias, o Chile enfrenta problemas de comunicação, com linhas telefônicas sem funcionar. Várias pontes ficaram danificadas, segundo o subsecretário do Interior, Patrício Rosende. Os danos materiais também estão sendo avaliados pelo governo. Na região de Araucanía, onde houve vítimas, foram relatados danos a hospitais e redes de infraestrutura básica, como água, gás e eletricidade.

Segundo James Lamig, que mora no bairro de Florida, no sul de Santiago, apesar da intensidade do tremor, a população na região tem se comportado com calma. Lamig foi acordado pelo tremor. "Escutamos muito barulho no subterrâneo e tudo se movia", disse.

"Foi uma sensação muito louca. A gente não pode fazer nada, fica impotente", diz Giannini, que mora no Chile há 12 anos.

*Com informações das agências internacionais e Folha Online