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Israel deve decidir hoje sobre alívio do bloqueio à faixa de Gaza

Israel atacou um comboio com seis navios que levava ajuda humanitária à Gaza e matou nove ativistas turcos em 31 de maio; <b>VEJA MAIS FOTOS DO ATAQUE</b> - Uriel Sinai/AFP
Israel atacou um comboio com seis navios que levava ajuda humanitária à Gaza e matou nove ativistas turcos em 31 de maio; <b>VEJA MAIS FOTOS DO ATAQUE</b> Imagem: Uriel Sinai/AFP

Do UOL Notícias <br> Em São Paulo

17/06/2010 07h10

Israel deve retomar, nesta quinta-feira (17), a discussão sobre a possibilidade de aliviar o bloqueio à faixa de Gaza. Ontem o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se reuniu com outros ministros e autoridades de segurança para discutir as mudanças, mas não chegou a uma decisão. Espera-se que o gabinete israelense tome uma nova posição hoje.

Autoridades afirmaram que Israel deve facilitar a entrada de mercadorias e suprimentos em Gaza através da passagem em terra. No entanto, o bloqueio naval deve permenecer, pois as autoridades israelenses querem dificultar a entrada de armas para o Hamas –grupo islâmico que controla a região de Gaza.

Especialista analisa vídeos do ataque ao comboio

Sob forte pressão internacional depois do ataque ao comboio de navios que tentava levar ajuda humanitária à Gaza que matou nove ativistas, Israel pode ampliar uma lista, atualmente com cerca de cem itens, da qual constam os produtos autorizados a entrarem por terra no território palestino.

Apenas bens básicos foram autorizados a entrar em Gaza nos últimos três anos. Itens como metal, vidro e cimento são barrados porque Israel teme que militantes possam usá-los para construir armas e fortificações. Apesar disso, os palestinos reclamam que estes bens são extremamente necessários para reconstruir casas e empresas destruídas após uma breve guerra de Israel com o território no ano passado.

Fronteiras em Gaza

Sob as novas diretrizes que podem ser aprovadas por Israel, itens como cimento e aço serão permitidos de forma indeterminada, em coordenação com a ONU (Organização das Nações Unidas), mas não estarão disponíveis gratuitamente para os cidadãos, segundo informações de oficiais israelenses.

"Seria bom para os moradores de Gaza poder receber itens anteriormente proibidos, tais como papel, brinquedos e computadores", afirmou Sari Bashi, um ativista israelense cujo grupo tem lutado para abrir as fronteiras de Gaza. "Mas os moradores de Gaza precisam ser capazes de receber matérias-primas, para poderem participar do trabalho produtivo e digno."

O chefe da segurança interna de Israel, Yuval Diskin, manifestou oposição à ideia de aliviar o bloqueio, visto por organizações humanitárias como uma punição coletiva aos 1,5 milhão de habitantes da Faixa de Gaza.

A condenação global ao bloqueio cresceu desde que, em 31 de maio, soldados israelenses mataram nove ativistas turcos que estavam numa frota naval que tentava levar mantimentos à faixa de Gaza. Israel diz que seus soldados agiram em defesa própria, pois eram agredidos ao desembarcarem no navio Mavi Marmara.

O Estado judeu alega também que o bloqueio, em vigor desde 2006, é importante para evitar que o Hamas, considerado um grupo terrorista por EUA e União Europeia, obtenha armas e ameace a existência de Israel.