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Kagame deve obter vitória esmagadora nas eleições de Ruanda

Do UOL Notícias*

Em São Paulo

09/08/2010 22h09

Os ruandeses votaram para presidente em grande número nesta segunda-feira (9), após uma campanha eleitoral que, segundo grupos de direitos humanos, foi marcada pela repressão e a violência contra adversários do atual presidente Paul Kagame, que é amplamente favorito a um novo mandato.

Seus partidários creditam ao ex-líder rebelde o fim do genocídio e o aumento da estabilidade e do crescimento em Ruanda, mas críticos acusam Kagame de minar a democracia e de reprimir a oposição.

A apuração já começou, e os primeiros resultados são previstos para a noite de segunda-feira. Em uma seção eleitoral já apurada, Kagame teve 98,8%, segundo resultados divulgados e vistos pela Reuters.

Kagame disse a jornalistas depois de votar que o processo eleitoral foi "muito democrático" e negou as acusações de que a oposição teria sido excluída das eleições.

"Acho que foi bem democrático", disse na escola de Kigali Rugunga. "As pessoas de Ruanda estavam livres para concorrer à eleição - aqueles que quisessem - então não vejo problema."

Não há dúvida de que Kagame, 52 anos, que ganhou as eleições de 2003 com 95% dos votos, vencerá o pleito atual para um segundo mandato. Seus três rivais são fracos e muito ligados ao partido governista, a Frente Patriótica Ruandesa. Três outros políticos independentes acusaram o governo de impedir o registro de suas candidaturas.

Kagame é chefe de estado desse país da África central desde que seu grupo rebelde tornou-se partido político, a Frente Patriótica de Ruanda (RPF).

O governo de Kagame, graças à ajuda de recursos internacionais, mudou a economia deste país montanhoso com poucos recursos naturais, voltando sua economia para serviços e novas tecnologias, assim como modernizando a agricultura. Mas críticos afirmam que se trata de um regime repressivo.

A Human Rights Watch afirmou que em um período de seis meses houve um "padrão preocupante de intimidação e outros abusos" no país.

"Os últimos meses foram marcados por um aumento da repressão contra a oposição. Nesse contexto, não é surpreendente que as pessoas estejam com medo de falar e que as eleições estejam ocorrendo em uma atmosfera relativamente calma", disse a pesquisadora da HRW Carina Tertsakian à AFP, em Londres.

*Com agências internacionais