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Depois de 26 horas, termina velório de Kirchner na Argentina; corpo será enterrado no sul do país

Flores cobrem a frente da Casa Rosada, em homenagem a Néstor Kirchner  - Rolando Andrade Stracuzzi/EFE
Flores cobrem a frente da Casa Rosada, em homenagem a Néstor Kirchner Imagem: Rolando Andrade Stracuzzi/EFE

Do UOL Notícias*

Em São Paulo

29/10/2010 11h24Atualizada em 29/10/2010 15h13

Depois de 26 horas de cerimônia, o velório do ex-presidente argentino Néstor Kirchner na Casa Rosada terminou pouco depois das 12h (13h de Brasília) desta sexta-feira em Buenos Aires. O cortejo fúnebre com o corpo de Kirchner percorre ruas da capital argentina nesta tarde, onde milhares de pessoas, apesar da chuva que atinge a cidade, aguardam para saudá-lo com bandeiras da Argentina, faixas e cartazes.


O corpo de Kirchner será levado para Río Gallegos (2.800 km ao sul da capital), sua cidade natal, na província de Santa Cruz, no sul da Argentina. Em comunicado oficial, o governo informou que o cortejo fúnebre percorrerá as avenidas Leandro N. Além, Córdoba, 9 de Júlio, Libertador e Salguero até a estação aérea portenha, para em seguida ocorrer o traslado do corpo para Río Gallegos, onde será sepultado em cerimônia privada.

O cortejo será encabeçado pela presidente Cristina Kirchner, ao lado de seus filhos, Florencia e Máximo. Durante o velório, a presidente foi às lágrimas duas vezes: Cristina se comoveu com o canto de um militante e de um produtor rural.

Passaram pelo velório vários presidentes sul-americanos, como Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Hugo Chávez (Venezuela), Evo Morales (Bolívia), Rafael Correa (Equador) e Sebastian Piñera (Chile). A viúva recebeu todos os chefes de Estado e esteve no salão até a madrugada de hoje, e voltou nesta manhã para liderar o cortejo. "Kirchner era para mim mais do que um presidente, era um companheiro, e comigo ajudou a construir a América do Sul e a América Latina que temos hoje", disse Lula em um breve discurso no aeroporto, antes de viajar de volta para o Brasil.

Comoção
Milhares de argentinos também foram se despedir do ex-presidente, formando filas quilométricas que se estenderam desde a madrugada de quinta-feira até a manhã de sexta-feira em Buenos Aires.

Desde o anúncio da morte de Kirchner por parada cardíaca, na quarta-feira, milhares de pessoas começaram a se dirigir até a Casa Rosada para se despedir do ex-presidente.

Muitos dos presentes, ao se aproximarem do caixão, se benziam, jogavam beijos ou aplaudiam. Alguns, aos prantos, diziam: "força, força", ou "Vamos, Cristina". Outros, com uma mão no peito, erguiam a outra para o alto com o sinal da vitória, gesto característico do ex-presidente. Outros levaram a bandeira do país pendurada nas costas e deixaram o velório gritando: "Olé, olé, olé, Néstor, Néstor".

Entre os milhares de cidadãos que se despediram de Kirchner, destacou-se a forte presença de jovens que além de manifestarem seu pesar pela morte do ex-presidente também expressaram seu apoio à presidente Cristina Kirchner. A presidente permaneceu todo o tempo ao lado do caixão acompanhada dos filhos Maximo e Florência e rodeada por autoridades do governo federal e parentes.

O corpo foi velado no salão dos patriotas da Casa Rosada. Tradicionalmente, velórios de autoridades ocorrem no Congresso Nacional - esta é a primeira vez que um ex-presidente é velado na sede da presidência argentina.

*Com agências internacionais