Conservadores vencem e neonazistas conquistam assentos no parlamento grego
Os dois principais partidos gregos sofreram perdas impactantes nas eleições legislativas deste domingo (06/05). Conforme dados do Ministério do Interior, o socialista Pasok, partido no poder, obteve mais de 13% dos votos, deixando de ser a primeira força para ter apenas a terceira maior representação no parlamento. O vitorioso é o Nova Democracia, liderado por Antonis Samaras, com quase 20% dos votos.
A surpresa ficou com o desempenho do partido de esquerda, Syriza, que conquistou pouco mais de 16%, tornando-se o segundo com maior votação, superando os socialistas. A extrema-direita fica com a sexta maior representação, tendo garantido mais de 7% da preferência dos eleitores.
Pela primeira vez, desde o fim da junta militar, em 1974, o partido neonazista "Aurora Dourada" conquista assentos no parlamento grego, tendo direito a 25 representantes.
Os resultados das eleições criam grande expectativa sobre a continuidade do plano de austeridade aplicado na zona do euro, que tem a Grécia como um país-chave. A nova composição do parlamento não garante ampla maioria aos dois partidos, o que pode exigir de Samaras intensa negociação política para continuar as reformas.
"Estamos prontos para formar um governo de salvação nacional", disse Samaras, em entrevista coletiva na sede de seu partido após conhecer os resultados do pleito. "Somos a única garantia de estabilidade política. Entendo a ira das pessoas, mas a Nova Democracia não deixará o país sem governo".
O líder do Pasok, Evangelos Venizelos, também sugeriu hoje a criação de um Executivo de união nacional. "Das eleições não saiu um claro vencedor e é necessário um governo de união nacional com partidos de orientação pró-europeia. Tenho certeza que o povo protegerá o futuro do país", afirmou Venizelos.
Analistas já previam que as urnas acabariam punindo os dois maiores partidos do país, que detinham a hegemonia política na Grécia há quase 40 anos. A presença parlamentar dos dois partidos caiu de 77,4% para cerca de 33%. A sigla que sai com o maior prejuízo é o Pasok, que atravessava a crise da dívida no poder. O partido perdeu mais de 30 pontos percentuais na preferência dos eleitores. A quarta força no parlamento, com mais de 10%, é o "Gregos Independentes", um partido de direita composto por dissidentes do Nova Democracia.
O temor generalizado é que o novo governo corte salários e pensões, e reduza ainda mais as prestações de saúde, que já são precárias pelas duras medidas de austeridade introduzidas nos últimos dois anos.
Esse seja talvez o motivo pelo qual os partidos contrários às medidas de austeridade - Syriza, Partido Comunista, Gregos Independentes (direita nacionalista) - receberam um respaldo maior da população.
O país está no quinto ano de recessão com um em cada cinco trabalhadores desempregados, bancos em situação precária e salários e pensões reduzidos em 40 por cento. Com Portugal e Irlanda também sendo resgatados e Itália e Espanha em instabilidade, o ano passado foi marcado por temores de rompimento da Grécia com zona do euro. Os receios foram reduzidos, mas não desapareceram. (Com agências internacionais)
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