Hosni Mubarak é condenado à prisão perpétua no Egito
O ex-presidente egípcio Hosni Mubarak, de 84 anos, foi condenado neste sábado (2) à prisão perpétua pelo Tribunal Penal de Cairo, que o declarou culpado pela morte de manifestantes durante a revolta popular que levou à sua renúncia em fevereiro de 2011.
Também foi condenado à mesma sentença o ex-ministro do Interior do governo de Mubarak, Habib al-Adli, pela mesma acusação, enquanto seis de seus ajudantes acabaram absolvidos por não haver provas indubitáveis de sua implicação, segundo o tribunal.
A Promotoria havia pedido a pena de morte para o ex-presidente, acusado de ter ordenado disparos contra os participantes dos protestos que eclodiram em 25 de janeiro de 2011.
Por outro lado, a corte, presidida pelo juiz Ahmed Refaat, absolveu dois filhos de Mubarak, Alaa e Gamal, e o empresário Hussein Salem, processado à revelia, das acusações de enriquecimento ilícito e danos aos fundos públicos por considerar que esses delitos prescreveram.
Mubarak, com óculos escuros e em uma maca, escutou impassível a leitura da sentença.
Egípcios comemoram
Do lado de fora da Academia de Polícia, em Cairo, onde aconteceu o julgamento, centenas de egípcios que se concentravam desde o início do julgamento comemoraram a condenação de Mubarak. Alguns manifestantes favoráveis à sentença de morte, entraram em confronto com a polícia.
O chamado "julgamento do século" no Egito começou em 3 de agosto de 2011, após a detenção de Mubarak e de seus filhos, em abril do ano passado, na localidade litorânea de Sharm el-Sheikh.
O processo, com um expediente de 60 mil páginas, se desenvolveu ao longo de 49 sessões, que, ao todo, somaram 250 horas, lembrou Refaat.
Saúde debilitada
Mubarak chegou à Academia de Polícia, no Cairo, sede do tribunal neste sábado (2) levado de helicóptero desde o Centro Médico Internacional do Cairo, onde estava hospitalizado, informou a televisão egípcia.
A emissora mostrou imagens da aterrissagem do helicóptero na Academia de Polícia, às 9h27 locais (4h27 de Brasília), e da ambulância que o transportou desde a aeronave à entrada da sala onde acontece o julgamento.
Também foi possível ver Mubarak, com óculos escuros, sendo tirado da ambulância em uma maca e levado para dentro da sede do tribunal.
Centenas de policiais apoiados por blindados do Exército foram deslocados para acompanhar o julgamento do lado de fora da Academia de Polícia, devido à concentração de centenas de manifestantes pró e anti-Mubarak.
Alguns dos simpatizantes do ex-presidente levam retratos de Mubarak, que foi chefe do Estado egípcio durante três décadas. (Com agências internacionais)
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