Patriota diz esperar que suspensão do Paraguai do Mercosul seja temporária
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse nesta terça-feira (18) que espera que a suspensão do Paraguai do Mercosul seja “temporária e breve”. Patriota reiterou que a medida foi adotada, por unanimidade, por todos considerarem que houve o rompimento da ordem democrática.
A suspensão foi definida, no final de junho, logo após a destituição de Fernando Lugo do poder, por meio de um impeachment. O processo levou menos de 24 horas.
“A suspensão do Paraguai, esperamos que seja temporária e breve, foi definida com base naquilo que foi considerado a ruptura da ordem democrática. A plena vigência da democracia é fundamental”, disse Patriota, que participa do seminário Os Desafios da Política Externa Brasileira em um Mundo de Transição, na Câmara dos Deputados.
O chanceler disse que a suspensão não interfere nas relações econômicas dos países do Mercosul com o Paraguai e que tampouco se pretende prejudicar a população paraguaia. “Eu queria deixar claro que os membros do Mercosul decidiram não adotar qualquer atitude que representasse prejuízos à população do Paraguai. Com isso, o comércio continua se desenvolvendo, assim como os contatos de cooperação.”
Patriota não mencionou o protesto formal, apresentado no último sábado (15), pelo governo do presidente do Paraguai, Federico Franco, a todos os países do Mercosul devido à suspensão do bloco e também contra a incorporação da Venezuela ao grupo.
Em 29 de junho, os presidentes Dilma Rousseff, Cristina Kirchner (Argentina) e José Pepe Mujica (Uruguai) aprovaram a suspensão, até abril de 2013 – quando há eleições presidenciais –, do Paraguai do Mercosul. A medida foi tomada porque os presidentes discordaram da forma como Fernando Lugo foi destituído do poder, em 22 de junho.
Para Dilma, Cristina e Mujica, a ordem democrática foi rompida no Paraguai, uma vez que Lugo foi submetido ao processo de impeachment em menos de 24 horas. Um mês depois, o Mercosul formalizou o ingresso da Venezuela no bloco. A decisão contrariou o Paraguai, que até então não havia aprovado a incorporação da Venezuela do grupo, nem participou das últimas negociações.
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