Topo

Mujica espera que crise europeia melhore negociações entre zona do euro e Mercosul

A presidente Dilma Rousseff cumprimenta o presidente do Uruguai, José Mujica, nesta sexta-feira (7), em Brasília - Roberto Stuckert Filho/PR
A presidente Dilma Rousseff cumprimenta o presidente do Uruguai, José Mujica, nesta sexta-feira (7), em Brasília Imagem: Roberto Stuckert Filho/PR

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

07/12/2012 11h29Atualizada em 07/12/2012 11h36

Ao chegar ao Palácio do Itamaraty, em Brasília, o presidente do Uruguai, José Mujica, afirmou, em rápida conversa com os jornalistas, nesta sexta-feira (7), que acredita que a atual conjuntura de crise econômica na Europa poderá criar melhores condições para ampliar as transações comerciais entre o Mercosul e a zona do euro. Ele está em Brasília para a reunião de cúpula do Mercosul.

“Existem melhores condições para poder fazer trocas e negociar, o que não se podia no passado. Me refiro àquelas velhas travas de protecionismo agrícola, poderia haver um clima mais favorável e os trabalhos de infraestrutura da região", disse o presidente uruguaio.

Mujica disse ainda que ainda não tem a confirmação, mas que poderá ser discutida a mudança da Bolívia de “Estados associado” para membro pleno do Mercosul.

Questionado sobre com que presidente --a brasileira Dilma Rousseff ou a argentina Cristina Kirchner -- ele tinha melhor relacionamento, Mujica sorriu e assinalou: “Me dou bem com todas. E muito mais com os vizinhos. O Uruguai é um algodão entre dois cristais”. 

Outros temas como inovação produtiva, capacitação, ciência e tecnologia poderão ser tratados pelos presidentes.

A presidente Dilma Rousseff recebeu individualmente no Palácio do Itamaraty o presidente uruguaio, o ministro de Minas e Energia venezuelano Rafael Ramírez, representando o presidente Hugo Chávez; e a presidente argentina Cristina Kirchner.

O primeiro compromisso da agenda conjunta dos chefes de Estado era um café da manhã no Itamaraty, onde eles chegaram com mais de uma hora de atraso. 

Os presidentes Evo Morales (Bolívia) e Rafael Correa (Equador) também são aguardados. 

Mercosul

Criado em 1991, o Mercosul (Mercado Comum do Sul) é composto por cinco “Estados partes”, ou membros plenos: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela, e tem como "Estados associados" a Bolívia e o Chile (desde 1996), e a Colômbia e Equador, (desde 2004).

A Venezuela é o mais novo membro pleno do bloco, cujo termo de adesão entrou em vigor em 12 de agosto deste ano.

O objetivo do bloco é consolidar a integração política, econômica e social entre os países.

De acordo com Ministério das Relações Exteriores do Brasil, o Mercosul  representa a 5ª economia mundial, com um PIB de US$ 3,3 trilhões, quase 80% da América do Sul e um mercado de 275 milhões de pessoas.

O Brasil ocupa a presidência Pro Tempore e, por isso sedia a Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados. O próximo país a receber a presidência rotativa do bloco é o Uruguai, com duração de seis meses.

Em paralelo ao evento, ocorre o I Fórum Empresarial do Mercosul, que reúne as comunidades empresarias do bloco para discutir os desafios do processo de integração.

Devido à suspensão do Paraguai no bloco, em junho passado, o atual presidente paraguaio, Federico Franco não virá ao evento. O país foi suspenso depois da cassação do então presidente Fernando Lugo – o fato contrariou o Protocolo de Ushuaia, o qual estabelece que o país signatário que não respeitar os preceitos democráticos não poderá permanecer no Mercosul.