ONU cobra da Síria acesso imediato a área onde gás matou milhares
A ONU pediu ao governo sírio permissão para que especialistas da organização tenham acesso à área de Damasco onde, supostamente, centenas de pessoas morreram após um ataque com gás dos nervos.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse nesta quinta-feira (22) que o lugar deve ser inspecionado "sem atrasos" por homens da ONU.
Na quarta-feira (21), mais de mil pessoas morreram em um suposto ataque com armas químicas perpetrado em vários distritos da periferia de Damasco, denunciou a Coalizão Nacional Síria (CNFROS) por meio de um comunicado.
A aliança, a mais importante da oposição, pediu à missão da ONU que chegou há três dias na Síria que investigue o uso de armamento químico no país e que visite imediatamente Guta Oriental e outras áreas atacadas nos arredores da capital.
O comando general do Exército sírio negou o ataque e assegurou que as acusações da oposição são "categoricamente falsas" e fruto de propaganda.
Crianças entre mortos
Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, com sede em Londres, o suposto ataque deixou centenas de mortos, entre eles menores.
O grupo, que conta com uma ampla rede de ativistas no país em conflito, assinalou que o Exército sírio lançou na última madrugada gases tóxicos nas regiões de Al Guta e Muadamiya al Sham, uma operação que causou dezenas de mortos e deixou centenas de feridos.
O líder da Coalizão Nacional, Ahmad Jarba, exigiu uma reunião urgente do Conselho de Segurança sobre o "massacre" em Damasco. Ele também pediu à comissão internacional que investiga na Síria o uso de armas químicas que visite o local dos bombardeios. A Liga Árabe também solicitou aos inspetores da ONU na Síria que visitem de imediato a região supostamente atacada.
Em um comunicado, o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al-Arabi, pede aos inspetores de armas químicas que sigam imediatamente para a região "para constatar a realidade da situação e investigar as circunstâncias do crime".
Por meio da agência estatal de notícias "Sana", o governo sírio alegou que as acusações não têm fundamento e são uma tentativa de distrair os inspetores da ONU.
O governo ainda destacou que os dados divulgados em canais de televisão como "Al Jazeera", "Al Arabiya" e "Sky News", entre outras emissoras, apoiam o terrorismo e, neste caso, o objetivo é distrair a missão da ONU e seus trabalhos. (com agências internacionais)
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