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Em dia sangrento, Síria registra quase 300 mortes; 90 apenas na capital Damasco

Do UOL, em São Paulo

22/02/2013 08h28Atualizada em 22/02/2013 13h10

Quase 300 pessoas morreram em atentados occoridos na quinta-feira (21) na Síria, em um dos dias mais sangrentos desde o início da revolta contra o presidente Bashar al-Assad, em março de 2011. Só ao redor da na capital Damasco, 90 pessoas foram mortas em quatro atentados. As informações são de um grupo de monitoramento da violência no país árabe.

As outras pessoas foram mortas lugares como os subúrbios de Damasco e as cidades de Deraã e Aleppo. Este é um dos mais altos índices de mortes em um único dia desde o começo do conflito, segundo a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

A ONU afirma que 70 mil pessoas já morreram com o conflito da Síria, o mais sangrento e mais prolongado dos levantes que abalaram o mundo árabe nos últimos dois anos.

Ainda de acordo com a OSDH, com números compilados a partir de hospitais e outras fontes médicas, pelo menos 60 pessoas foram mortas na explosão de um carro-bomba no distrito central de Mazraa, perto da embaixada da Rússia e de escritórios do partido Baath, de Assad.

Entre as vítimas, segundo a ONG, estão pessoas ligadas ao governo.

As outras pessoas foram mortas em três atentados coordenados no distrito de Barzeh, no norte do país.

A mídia estatal síria colocou o número de mortos no atentado de Mazraa em 53, além de 200 feridos. Ativistas e autoridades disseram que a maioria dos mortos eram civis, incluindo crianças.

Veja imagens do local após a explosão

Repercussão internacional

A Rússia, aliada incondicional de Assad, acusou nesta sexta-feira (22) os Estados Unidos de ter padrões duplos sobre a violência na Síria, dizendo que Washington havia bloqueado uma declaração do Conselho de Segurança da ONU condenando a explosão de ontem em Mazraa.

"Vemos uma tendência muito perigosa de nossos colegas norte-americanos para afastar-se do princípio fundamental da condenação incondicional a qualquer ato terrorista, um princípio que assegura a unidade da comunidade internacional na luta contra o terrorismo", disse o chanceler russo, Sergei Lavrov.

Os atentados foram condenados pelo governo e pela oposição, assim como pela Organização das Nações Unidas (ONU). Conflitos entre as forças do governo e da oposição se intensificaram nas últimas horas nos arredores de Damasco. Há informações de ataques aéreos em subúrbios da capital. Os dois lados responsabilizam um ao outro pelas bombas. (Com Reuters e Agência Brasil)