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Irmandade Muçulmana recorre de decisão que proíbe atividades no Egito

Do UOL, em São Paulo

01/10/2013 17h26

A Irmandade Muçulmana apresentou nesta terça-feira (1º) um recurso contra a decisão judicial que proibiu suas atividades e congelou seus bens, informaram as agências de notícias. A decisão estipula "a proibição das atividades da Irmandade Muçulmana no Egito, sua ONG e qualquer grupo que derive e seja financiado por eles".

Um responsável do escritório de informação da Irmandade, Islã Taufiq, afirmou que pediu o encerramento do cumprimento da sentença. Ele disse, ainda, que o recurso detalha que a Corte não tem competência para abordar o caso --segundo a Irmandade Muçulmana, a Corte não deveria ter emitido nenhuma decisão judicial porque a causa é de competência do Tribunal Administrativo.

O Tribunal de Assuntos Urgentes do bairro cairota de Abdin, que ditou a sentença, deve estudar o recurso dos islamitas.no próximo dia 22 de outubro.

O grupo também denunciou que não foi notificado sobre o processo para que pudesse se defender, acrescentou Taufiq, que qualificou a decisão de "nula".

Caso o Tribunal de Assuntos Urgentes rejeite o recurso na sessão prevista para o dia 22, Taufiq adiantou que o grupo apresentará um requerimento perante a Corte Administrativa explicando que essa Corte é incompetente para julgar a causa.

Em 24 de setembro, o Governo egípcio decidiu atrasar a adoção de qualquer medida com relação ao caso, à espera do pronunciamento definitivo da Justiça.

A Irmandade Muçulmana, grupo ultraconservador de grande influência na região, está acostumado a trabalhar na sombra e teve uma série de encontros e desencontros com o poder desde sua fundação por Hassan el Bana, em 1928.

A confraria foi ilegalizada em 1954 por Gamal Abdel Nasser, uma situação que se manteve durante o regime de Hosni Mubarak (1981-2011), quando foi um pouco tolerada e inclusive alcançou 88 cadeiras no Parlamento em 2005, com candidatos que concorreram como independentes.

Após a revolução contra Mubarak, um dos seus, Mohammed Mursi, chegou à Presidência em junho de 2012, mas um ano depois foi derrubado em um golpe militar, que desencadeou uma perseguição aberta contra os islamitas.