Boneco de pelúcia é o novo 'inimigo terrorista' do governo egípcio
A campanha do governo egípcio contra grupos islâmicos levou a um novo inimigo do Estado: o boneco chamado Abla Fahita, figura frequente em programas televisivos no país. Segundo o jornal "Washington Post", as autoridades vão investigar se Fahita enviou mensagens em código para a recém-banida Irmandade Muçulmana na quarta-feira (1º).
“Eu sou um personagem cômico”, explicou o boneco – que representa uma viúva fofoqueira - durante entrevista para uma TV local. A suposta mensagem terrorista foi ao ar durante comercial da companhia de telecomunicações Vodafone. Na quinta-feira (2), executivos da empresa foram convocados a depor.
Na peça publicitária, Fahita aparece conversando ao telefone sobre como achar e reativar o cartão SIM do aparelho de seu finado marido. Ela diz que poderia usar um cão farejador em um shopping center para localizar o equipamento.
Um ativista que usa o pseudônimo Aranha Ahmed denunciou a propaganda para promotores encarregados de lidar com atividades terroristas. De acordo com ele, a peça pode indicar o local de um possível atentado terrorista.
A investigação deixa claro o clima de paranoia e medo que se intensificou no país nas últimas semanas. Desde o golpe de estado que depôs o presidente eleito Mohamed Mursi, em julho, o "governo dos generais" prendeu milhares de pessoas por supostos laços com a Irmandade Muçulmana.
“Por mais estúpido que pareça, é revelador”, afirmou Ziad Akl, analista político do Centro Al Ahram.
“Diz muito sobre o frenesi patriótico pelo qual estamos passando. E é um sentimento de fascismo nacionalista e, caso você não o abrace, ele se volta contra você e te chama de traidor”, diz.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.