Putin vai à Crimeia pela 1ª vez após a anexação do território
O presidente russo, Vladimir Putin, chegou nesta sexta-feira (9) a Sebastopol, porto situado na península da Crimeia, para festejar o Dia da Vitória sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.
O governo de Kiev condenou a visita, chamando-a de "provocação" cuja intenção era deliberadamente agravar a crise entre os dois países. Já o secretario-geral da Otan, Fogh Rasmussen, classificou a viagem de Putin como "inapropriada".
Os EUA também criticaram a visita, que só serviria para "exacerbar as tensões". "Nós não aceitamos a anexação ilegal da Crimeia pela Rússia", ressaltou Laura Lucas Magnuson, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, gabinete de política externa do presidente Barack Obama.
Esta é a primeira viagem de Putin ao território antes ucraniano e que foi anexado pela Rússia no dia 21 de março, ato condenado por Kiev e pelo Ocidente. Durante discurso feito a milhares de habitantes de Sebastopol, o chefe do Kremlin declarou que o retorno da Crimeia à Rússia restaura "a verdade histórica".
Putin presidiu a parada militar na baía da cidade, base da frota russa no mar Negro. Ele depositou um ramo de flores no monumento aos heróis da defesa da cidade e se reuniu com os veteranos da guerra.
Durante a parada, dezenas de milhares de pessoas gritavam "Rússia!" e "Obrigada", enquanto cerca de 1.000 soldados, 60 veículos militares e milhares de veteranos passavam, afirmou o jornal britânico "The Guardian".
Um desfile aéreo mobilizou dezenas de aeronaves, incluindo bombardeiros supersônicos Tupolev TU-22 e caças Sukhoi Su-27 e MiG-24 que sobrevoaram a cidade. Deve ocorrer ainda um show aéreo e naval com 70 aeronaves.
A cerimônia serviu para celebrar o 70º aniversário da liberação de Sebastopol das forças nazistas.
Em Mariupol, no leste da Ucrânia, 20 rebeldes pró-Rússia e um oficial de segurança ucraniano morreram em um dos confrontos mais sangrentos entre forças ucranianas e separatistas, informou o ministério do Interior do país.
A primeira visita do chefe do Kremlin à Crimeia, que revelou seu desejo de ingressar na Federação Russa após um plebiscito separatista no dia 16 de março, não foi anunciada oficialmente, embora alguns meios de imprensa tenham informado sobre essa possibilidade.
Putin viajou para Crimeia após presidir o tradicional desfile militar na Praça Vermelha, por cujo pavimento de pedras desfilaram milhares de soldados e armamento pesado, como os mísseis intercontinentais Topol, a arma mais temível do arsenal nuclear russo.
"Este é um feriado em que a força do patriotismo triunfa e em que todos nós sentimos com mais força o que significa ser leal à pátria e o quão importante é defender seus interesses", disse Putin em discurso aos militares e veteranos de guerra reunidos na Praça Vermelha. "A vontade ferrenha do povo soviético, seu destemor e resistência salvaram a Europa da escravidão", completou o presidente russo.
Segundo a TV russa, foi a maior parada do tipo em 20 anos.
Na Ucrânia, as comemorações foram mais discretas. Em Kiev, uma breve cerimônia foi realizada em um parque da cidade na presença do primeiro-ministro Arseniy Yatseniuk.
"Há 69 anos combatemos com a Rússia contra o fascismo e nós vencemos. Hoje, a Rússia lançou uma guerra contra a Ucrânia", declarou Yatseniuk, chamando Moscou a "parar de apoiar terroristas que matam civis na Ucrânia".
Confrontos e mortes
Enquanto isso, por motivos de segurança, Kiev reduziu as comemorações pela ocasião do 69º aniversário do Dia da Vitória, embora o presidente interino, Alexander Turchinov, tenha felicitado os veteranos em mensagem oficial.
Segundo a agência de notícias Interfax-Ucrânia, forças ucranianas entraram em confronto com separatistas pró-Rússia nesta sexta-feira (9) na sede da polícia da cidade portuária de Mariupol e no edifício local do Ministério do Interior, matando oito pessoas e ferindo outras.
A agência de notícias informou que os policiais estavam tentando retomar o controle do prédio da polícia quando ficaram sob fogo de rebeldes que haviam invadido as instalações do Ministério do Interior.
Segundo a jornalista Tetyana Ignatchenko, de Mariupol, houve um combate feroz diante da sede da polícia, que estava sob controle de rebeldes pró-Rússia. Ela afirmou que houve um morto e seis feridos do lado dos rebeldes. (Com agências internacionais)
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