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Retorno da Crimeia à Rússia está de acordo com 'verdade histórica', diz Putin

Vladimir Putin discursa durante celebração do Dia da Vitória, em Sebastopol, na Crimeia - Yuri Kadobnov//AFP
Vladimir Putin discursa durante celebração do Dia da Vitória, em Sebastopol, na Crimeia Imagem: Yuri Kadobnov//AFP

Do UOL, em São Paulo

09/05/2014 10h22

O presidente russo, Vladimir Putin, declarou nesta sexta-feria (9), na Crimeia, que o retorno desse território à Rússia restaura "a verdade histórica". O discurso foi feito a milhares de habitantes de Sebastopol, porto situado na península ucraniana anexada à Rússia no dia 21 de março. 

"O ano de 2014 vai ficar na história como o ano que viu os povos que vivem aqui decidirem com firmeza estar junto à Rússia, confirmando sua fidelidade à verdade histórica e à memória de nossos ancestrais", declarou Putin.

Esta é a primeira viagem do presidente russo à Crimeia desde a anexação, ato condenado por Kiev e pelo Ocidente. A Crimeia revelou seu desejo de ingressar na Federação Russa após um plebiscito separatista realizado no dia 16 de março. 

A visita de Putin, que não anunciada oficialmente, ocorre no contexto das celebrações do Dia da Vitória sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial. O governo de Kiev condenou a viagem do chefe do Kremlin, chamando-a de "provocação destinada a aumentar a tensão nas relações entre os dois países".

Na Crimeia, Putin presidiu a parada militar na baía da cidade, base da frota russa no mar Negro. Ele depositaria ainda um ramo de flores no monumento aos heróis da defesa da cidade e se reuniria com os veteranos da guerra.

Durante a parada, dezenas de milhares de pessoas gritavam "Rússia!" e "Obrigada", enquanto cerca de 1.000 soldados, 60 veículos militares e milhares de veteranos passavam, afirmou o jornal britânico "The Guardian".

Deve ocorrer ainda um show aéreo e naval com 70 aeronaves, para simbolizar o 70º aniversário da liberação de Sebastopol das forças nazistas.

Antes de viajar para a Crimeia, o chefe do Kremlin presidiu o tradicional desfile militar na Praça Vermelha, por cujo pavimento de pedras desfilaram milhares de soldados e armamento pesado, como os mísseis intercontinentais Topol, a arma mais temível do arsenal nuclear russo.

Segundo a TV russa, foi a maior parada do tipo em 20 anos.

Confrontos e mortes

Enquanto isso, por motivos de segurança, Kiev reduziu as comemorações pela ocasião do 69º aniversário do Dia da Vitória, embora o presidente interino, Alexander Turchinov, tenha felicitado os veteranos em mensagem oficial. 

Segundo a agência de notícias Interfax-Ucrânia, forças ucranianas entraram em confronto com separatistas pró-Rússia nesta sexta-feira (9) na sede da polícia da cidade portuária de Mariupol e no edifício local do Ministério do Interior, matando oito pessoas e ferindo outras.

A agência de notícias informou que os policiais estavam tentando retomar o controle do prédio da polícia quando ficaram sob fogo de rebeldes que haviam invadido as instalações do Ministério do Interior.

Segundo a jornalista Tetyana Ignatchenko, de Mariupol, houve um combate feroz diante da sede da polícia, que estava sob controle de rebeldes pró-Rússia. Ela afirmou que houve um morto e seis feridos do lado dos rebeldes. (Com agências internacionais)