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Governo nigeriano se diz pronto para negociar com terroristas libertação de jovens raptadas

Do UOL, em São Paulo

13/05/2014 11h55

O governo nigeriano está pronto para negociar com a milícia radical islâmica Boko Haram o resgate de mais de 200 estudantes sequestradas há quase um mês em uma escola no nordeste do país.

A informação é da “BBC”, que cita como fonte o ministro de Assuntos Especiais, Tanimu Turaki.

Nesta terça-feira (13), o ministro se referiu à reivindicação da milícia para negociar com o governo nigeriano a libertação de prisioneiros ligados ao grupo, em um pleito solicitado através de um vídeo divulgado ontem, no qual o próprio líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, sugere a negociação, para propor o diálogo.

O novo vídeo, com 17 minutos de duração, mostra pelo menos cem meninas orando em um local não identificado. Apesar de a veracidade do vídeo ainda não ter sido confirmada, acredita-se que as meninas exibidas no vídeo possam pertencer ao grupo sequestrado no início de abril. Esta seria a primeira vez desde o sequestro que imagens das meninas são divulgadas. 

Em nenhum momento do vídeo, Shekau aparece ao lado das estudantes do ensino secundário, que parecem tristes e resignadas, mas não aterrorizadas. No vídeo, duas meninas que dizem ter sido cristãs, afirmam que se converteram ao Islã após o sequestro. Uma das jovens afirma que elas não estão sendo maltratadas. 

Um grupo de 276 estudantes nigerianas foi sequestrado em 14 de abril no em Chibok, no Estado de Borno, no nordeste da Nigéria. A região conta com uma grande comunidade cristã. Os relatos mais recentes informam que pelo menos 223 meninas ainda estejam desaparecidas. 

Apesar da divulgação do novo vídeo em que dezenas de meninas são exibidas aparentemente não machucadas e em boas condições de saúde, há temores de que parte das 276 meninas sequestradas tenha sido transferida para países vizinhos como o Chade e Camarões, o que dificultaria ainda mais o trabalho de resgate a elas.

O Boko Haram assumiu a autoria do sequestro e chegou anunciar que as vítimas seriam 'vendidas' para homens interessados em se casar com elas. O sequestro causou comoção ao diversos países e na ONU.