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Kiev acusa Rússia de abater aeronave ucraniana; Moscou nega

Do UOL, em São Paulo

17/07/2014 07h47Atualizada em 17/07/2014 12h26

O governo da Ucrânia acusou nesta quinta-feira (17) a força aérea da Rússia de ter abatido uma de suas aeronaves durante uma missão em território ucraniano. Moscou negou a informação.

Essa foi a mais forte acusação feita até agora pelo governo ucraniano sobre envolvimento direto da Rússia no conflito. 

Andriy Lysenko, porta-voz do Conselho Ucraniano de Segurança Nacional e Defesa, disse que o caça Su-25 foi derrubado na noite de quarta-feira (16) por um disparo de foguetes e que o piloto conseguiu se ejetar com segurança,

 "O piloto está são e salvo, não ficou ferido", disse.

O embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, disse que seu país não derrubou o SU-25 .  Quando indagado sobre o incidente, Churkin disse aos repórteres: "Nós não fizemos isso."

Esse foi o terceiro caso relatado esta semana de derrubada de um avião da Ucrânia por um míssil.

O governo ucraniano havia dito anteriormente que um cargueiro militar An-16 foi derrubado na segunda-feira provavelmente por um míssil disparado do território russo, de uma base em terra ou por via aérea. Duas das oito pessoas a bordo do aparelho morreram.

Na quarta-feira um outro SU-25 foi atingido por disparos de rebeldes, mas o piloto conseguiu fazer o avião aterrissar com sucesso, com poucos danos. Nesse caso o governo ucraniano não acusou a Rússia de envolvimento direto.

As cidades afetadas pelo movimento separatista na Ucrânia - Arte/UOL - Arte/UOL
As cidades afetadas pelo movimento separatista na Ucrânia
Imagem: Arte/UOL

Os incidentes surgem num contexto de crescentes acusações do governo ucraniano de interferência direta da Rússia no conflito, iniciado há três meses e meio.

Vídeo amador divulgado na internet na quarta mostra um avião sendo atingido na região de Luhansk, palco de disputas separatistas no leste da Ucrânia.

Sanções

Na quarta-feira (16), os Estados Unidos e a União Europeia aprovaram a ampliação do pacote de sanções contra a Rússia, alegando que Moscou vem apoiando rebeldes separatistas no leste da Ucrânia.

As novas medidas têm como alvo os setores bancários, de defesa e de energia, e afetam a gigante de petróleo Rosneft, várias empresas de armas e quatro funcionários do alto escalão do país.

Em Bruxelas, os líderes da União Europeia suspenderam a cooperação financeira com a Rússia por meio do BEI (Banco Europeu de Investimento) e do BERD (Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento).

Os Estados Unidos e a União Europeia alegam que ampliaram as restrições financeiras por enxergar interferência russa nos movimentos separatistas no leste da Ucrânia. Moscou, no entanto, nega que esteja apoiando os rebeldes.

Segundo a correspondente da BBC em Washington Rajini Vaidyanathan, a nova ofensiva americana deve alcançar o impacto desejado porque afeta o presidente Putin "onde dói", e pode acarretar na redução de suas ações na Ucrânia.

Na terça-feira, o Pentágono disse ter observado um aumento do número de soldados russos na fronteira com a Ucrânia. Até 12 mil militares voltaram para a região, o que fortalece a suposição de que a Rússia ainda está apoiando o movimento separatista no país.

A Casa Branca diz que estas novas medidas são amplas, flexíveis e potentes. Segundo a jornalista da BBC na região, a inclusão da maior empresa de petróleo da Rússia é a que mais surpreende no pacote das novas medidas.

Já a União Europeia alegou que a ampliação das sanções visa a atingir o maior número de entidades que "representam uma ameaça à integridade da Ucrânia". (Com agências internacionais e BBC)