EUA mantêm conversas com Irã, mas não negociarão "para sempre", diz Kerry
O secretário de Estado americano, John Kerry, descartou nesta quinta-feira (9) em Viena, na Áustria, que os EUA deixem as negociações em torno do programa nuclear iraniano, mas afirmou que o país não vai "esperar para sempre" para um acordo.
As conversas envolvendo o Irã e o Grupo 5+1 -- que inclui também China, Reino Unido, França, Rússia e Alemanha -- continuarão na noite desta quinta-feira, segundo Laurent Fabius, chefe da diplomacia da França.
"Não estamos negociando por negociar. Acreditamos que estamos fazendo progresso. Como já disse, e também discuti com o presidente Obama, não vamos negociar para sempre. Mas não devemos finalizar as negociações só porque o relógio indicou meia-noite”, disse Kerry, em alusão ao fim do prazo que havia sido estabelecido para fechar o acordo.
Segundo ele, “alguns dos assuntos mais difíceis não estão resolvidos”. “Sei que não ficam mais fáceis ao longo do tempo”, completou, dizendo que era por isso que os EUA mantinham a negociação.
“Como o trabalho é muito técnico, não vamos apressar e nem seremos apressado. A qualidade desse acordo é o que define e continuará definindo nosso trabalho. Se acertamos um pacto, ele precisará passar o teste do tempo, de décadas”, comentou.
O chefe da diplomacia francesa seguiu o discurso de Kerry, dizendo que “há problemas que ainda são difíceis de resolver", mas acrescentou que "as coisas estão no bom caminho".
Na quarta-feira (8), o vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, havia dito que seu país e o Grupo 5+1 solucionaram o impasse sobre o fim das sanções econômicas, que seriam suspensas no "dia de início" do pacto nuclear.
A data que definirá o fim das sanções – no anúncio do pacto, como quer o Irã, ou gradativamente, como defende o 5+1 – é uma das questões que trava o acordo. Outro obstáculo é sobre como devem ser os controles que o programa atômico iraniano será submetido.
O Irã resiste a conceder acesso às bases militares nas quais se suspeita ter havido experimentos relacionados com armas nucleares.
A última rodada de negociações, que tinha como prazo o dia 30 de junho para chegar a um acordo, foi estendida primeiro a 7 de julho e depois até o dia 10. (Com EFE e AFP)
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