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Ataque em estádio de Paris poderia ter sido o pior, e "falha" de terroristas intriga

Do UOL, em São Paulo

16/11/2015 20h07

Os homens-bomba que atacaram os arredores do Stade de France, que sediava um amistoso entre França e Alemanha com a presença do presidente francês, François Hollande, no momento do atentado, poderiam ter feito um número muito maior de vítimas, ampliando o massacre que atingiu Paris na sexta-feira (13).

Em vez de detonar os explosivos que levavam junto ao corpo dentro do estádio, onde 79 mil pessoas acompanhavam o jogo ou durante a entrada e saída da arena, momentos que aglomeram grandes multidões, eles explodiram em ruas menos movimentadas e até mesmo em uma rua vazia a 500 metros do estádio.

Uma combinação de um sistema de segurança sólido na arena, a rápida reação em um momento de crise, a moderna infraestrutura do estádio e os aparentes erros dos terroristas evitaram um número de mortes muito maior no local.

O estádio, adorado pelos franceses desde que a sua seleção ganhou ali a Copa do Mundo de 1998, foi o primeiro dos seis alvos dos ataques coordenados que mataram 129 pessoas e feriram mais de 300.

Autoridades decidiram que era mais seguro manter os espectadores dentro da arena enquanto a partida acontecia –a decisão foi tomada pelo presidente francês, que foi retirado do local às pressas após as explosões, em conjunto com a Federação Francesa de Futebol.

Pelo menos um dos terroristas tentou entrar no estádio, mesmo não tendo ingresso, mas foi barrado. Uma teoria da polícia acredita que os terroristas nunca imaginaram que seria possível entrar no estádio com os explosivos, sabendo que não passariam pelas revistas da segurança com seus coletes com bombas. Por isso, estariam planejando detoná-las durante a entrada ou saída do amistoso.

Mas eles não conseguiram –e não se sabe o motivo. Quando detonaram os coletes explosivos, dois homens-bomba durante o primeiro tempo do jogo e um terceiro no intervalo da partida, os torcedores já estavam todos dentro da arena, seguros. A partida era transmitida pela TV para o mundo todo, e os barulhos das duas primeiras bombas podem ser ouvidos durante a transmissão.

"Acreditamos que a operação falhou", disse um policial à agência Associated Press em condição de anonimato. "É um total mistério", disse outra fonte policial de Saint-Denis, distrito de Paris onde fica o estádio.

Ainda não se sabe o motivo pelo qual o terceiro terrorista demorou 23 minutos depois da segunda explosão para detonar os seus explosivos e em uma área vazia e não tão perto do estádio, tornando-se a única vítima de seu ataque. Houve danos nos arredores, mas apenas estilhaços.

Além dos três homens-bomba, uma pessoa morreu na primeira explosão.