Morte de professora muçulmana em atentado gera comoção em Bruxelas
Os atentados terroristas em Bruxelas, na Bélgica, na última terça-feira (22), que deixaram um saldo de 31 mortos e mais de 300 feridos, vitimaram uma professora marroquina muçulmana, que trabalhava em uma escola islâmica na capital belga. Mãe de três filhos, Loubna Lafquiri era muito querida na escola onde dava aulas de ginástica e a confirmação de sua morte gerou comoção entre alunos e professores.
Para aplacar o luto, os alunos de Loubna fizeram homenagens à professora em forma de desenhos e poemas. Para os docentes da escola, esta é uma maneira de ajudar as crianças a superar a perda.
"Rejeitamos a crença destas pessoas que se dizem muçulmanos", afirmou Mohamed Allaf, secretário-geral da Associação Muçulmana de Escolas, à rede de televisão Al Jazeera. "Não há nenhuma religião no mundo que defenda morte de seres humanos."
Contando com uma enorme população muçulmana --estima-se que cerca de um quarto dos moradores da cidade de pouco mais de 1 milhão de habitantes seja adepta da religião--, a capital belga vive um momento de debate e apreensão em relação ao futuro desta comunidade na sociedade local.
Khadija Zamouri, parlamentar muçulmana em Bruxelas, afirmou à Al Jazeera que seus filhos estão começando a questioná-la sobre sua fé. "Eu ouço dos meus próprios filhos perguntas como 'Ainda podemos dizer que somos muçulmanos? Não deveríamos manter segredo sobre isso? Podemos dizer Allahu Akhbar [Deus é grande]’? É como se tudo que tiver a ver com a religião tenha sido contaminado."
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