Novo terremoto atinge a região central da Itália e deixa feridos
Um novo terremoto de 6,5 de magnitude na escala Richter atingiu, na manhã deste domingo (30), as regiões de Úmbria e Marcas, no centro da Itália, e provocou vários desabamentos em construções já afetadas por tremores anteriores. Não há registro de vítimas.
Várias pessoas foram retiradas vivas dos escombros, seis em Norcia, três em Tolentino, de acordo com vários meios de comunicação. A intensidade do terremoto causou, no entanto, deslizamentos de terra e muitas estradas nessa região da Itália foram cortadas.
Segundo a imprensa local, o tremor registrado nesta manhã é o mais forte a atingir a península desde 1980. O terremoto de Áquila, que matou mais de 300 pessoas em 2009, teve uma magnitude de 6,3.
Após o Angelus na Praça São Pedro, o papa Francisco expressou solidariedade aos afetados e disse que está rezando. "Exprimo minha proximidade ao povo da Itália central atingido pelo terremoto. Também nesta manhã houve um forte tremor. Rezo por todos os feridos e pelas famílias que sofrerem os maiores danos, como também pelas pessoas empenhadas no socorro e na assistência. O Senhor Ressuscitado lhes dê força e que Maria vos proteja", disse sob muitos aplausos.
Dimensão
Os especialistas precisam de tempo para estabelecer a magnitude com exatidão e o número ainda pode ser corrigido, segundo a imprensa local, que cita fontes do Instituto.
O terremoto, de uma profundidade de 10 quilômetros, aconteceu às 7h40 (horário local, 4h40 no Brasil), e derrubou várias casas afetadas por tremores anteriores.
"Foram abaixo construções de toda a região, estamos tentando comprovar se há pessoas sob os escombros", disse o chefe de Defesa Civil de Marcas, Cesare Spuri, à imprensa local.
Grande parte das casas estava vazia porque, após os sismos do dia 26, as pessoas ficaram desalojadas. O prefeito de Acquasanta Terme, Sante Stangoni, confirmou destroços na cidade, assim como o de Tolentino, Giuseppe Pezzanesi.
"Houve edifícios que caíram inteiros no centro histórico. É dramático", comentou Pezzanesi. O prefeito de Preci, Pietro Bellini, assinalou que houve novos derrubamentos em casas, igrejas e centros da cidade.
Reconstrução
O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, garantiu que o governo reconstruirá todos os edifícios e infraestruturas destroçados pelos terremotos que atingiram o centro do país nos últimos dias. "Nós reconstruiremos tudo. As casas, as igrejas e os comércios. Estamos falando de territórios maravilhosos, que fazem da beleza e da capacidade de amparo algo fundamental", disse em entrevista coletiva em Roma.
"(Investiremos) no que fizer falta e, se for preciso mais, a Europa não poupará na reconstrução dos lugares que são a alma de nosso país, e se a alma não está tranquila, o restante do país estará mal", informou.
Tragédia recente
O novo terremoto acontece depois que, no dia 26 de outubro, dois tremores --de magnitude superior a 5-- castigaram o centro do país, causando danos em prédios de localidades como Ussia, Visso e Castelsantangelo sul Nera, na Região de Las Marcas.
Este novo episódio provocou de novo o medo entre a população das regiões de Úmbria e de Las Marcas. O terremoto também foi sentido com intensidade em outras cidades da Itália, como Florença e Roma.
"Poucos feridos, leves. Nenhum morto e esta é uma boa notícia", disse à rádio Sergio Pirozzi, prefeito de Amatrice, a cidade que pagou o preço mais alto durante o terremoto de agosto, com mais de 250 mortos.
Com epicentro em Perugia, o tremor foi sentido também na região de Marcas e nas pequenas cidades que foram afetadas pelos dois grandes sismos da última quarta-feira (26).
Apesar de não terem sido registradas mortes, as constantes réplicas do tremor de quarta continuam a assustar os moradores da região. Segundo o INGV, quase mil réplicas já foram verificadas na região até o momento, sendo as acima de 4 graus as mais fortes.
Especialistas afirmam que os tremores serão constantes e que são consequências do evento sísmico registrado no dia 24 de agosto, em Amatrice, que causou a morte de 298 pessoas.
Cerca de quatro mil pessoas, segundo dados oficiais, se encontram desalojadas e recebem assistência desde a quarta-feira passada, quando dois tremores de magnitude superior a 5 graus causaram notáveis danos no centro da Itália.
Muitas destas pessoas saíram às ruas e mostraram angústia porque a terra não para de tremer desde então. A Defesa Civil do país pediu que se mantenha a calma e informou que equipes de especialistas estão trabalhando para verificar e quantificar os danos.
*com EFE e Ansa
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