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Donald Trump é escolhido a personalidade do ano pela revista "Time"

Revista chamou Trump de "presidente eleito dos Estados Divididos da América" - Divulgação
Revista chamou Trump de 'presidente eleito dos Estados Divididos da América' Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

07/12/2016 10h37

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, foi escolhido a personalidade do ano pela revista norte-americana "Time". Na capa, a revista fez um trocadilho com a polarização no país em 2016, chamando Trump de "presidente eleito dos Estados Divididos da América".

Na disputa, Trump superou Hillary Clinton, a quem derrotou na eleição presidencial. Segundo Nancy Gibbs, editora-chefe da "Time", a escolha por Trump ocorreu por ele ter sido quem mais teve influência sobre os fatos ocorridos em 2016, na opinião da revista.

"Há uma grande discussão sobre se essa influência foi para o bem ou para o mal, e esse é o maior desafio que ele enfrenta. O país saiu dessa eleição mais dividido do que em qualquer momento eleitoral que podemos lembrar", disse Gibbs.

"Por ter lembrado os Estados Unidos que a demagogia se alimenta do desespero e que a verdade vale apenas em função da confiança que se tem em quem a enuncia, por ter dado confiança a um eleitorado oculto, canalizando suas raivas e espalhando seus medos, tendo descrito a cultura política de amanhã e demolido a de ontem, Donald Trump é a personalidade de 2016", explicou Gibbs.

Em uma entrevista por telefone ao vivo no programa, Trump classificou o feito como uma "grande honra", mas negou que ele seja o responsável pela divisão dos norte-americanos. "Não fiz nada para dividir os americanos, eles já estavam divididos", disse o presidente eleito, prometendo que essas diferenças serão superadas quando ele chegar ao poder.

A vitória de Trump na eleição ocorreu após uma campanha intensa e polarizada, onde o empresário enfrentou resistência por causa de promessas polêmicas, como a construção de um muro na fronteira entre Estados Unidos e México e o banimento da entrada de muçulmanos no país, e conflitos com personalidades e minorias.

As falas de Trump fizeram com que vários políticos republicanos o reprovassem e até retirassem seu apoio durante a campanha. Apesar disso, o empresário conseguiu superar Hillary na eleição, com vitórias consideradas surpreendentes em Estados como Michigan, Wisconsin e Pensilvânia, contrariando as pesquisas.

Trump já havia sido finalista em 2015, quando iniciou sua campanha à Casa Branca ainda como pré-candidato republicano. A escolhida do ano passado foi a chanceler alemã Angela Merkel, por seu papel de líder na crise de refugiados.

Na terceira posição ficou um grupo chamado de "os hackers", agrupando pessoas que invadiram e divulgaram dados sobre governos, políticos, organizações, celebridades e cidadãos comuns.

Os outros finalistas eram o presidente russo, Vladimir Putin; o político britânico Nigel Farage, do partido de direita Ukip e líder da saída do Reino Unido da União Europeia; o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan; o premiê indiano, Narendra Modi; a ginasta norte-americana Simone Biles; os ativistas de Flint, em Michigan, que alertaram sobre a presença de alto nível de chumbo no sangue das crianças da cidade, relacionada à crise de água na região; e os cientistas que usam a técnica CRISPR, que modifica genes específicos em células vivas.

A designação da "personalidade do ano" é uma tradição anual da revista Time desde 1927. A figura escolhida aparece na capa da edição de fim de ano da publicação.