FBI confirma investigação sobre possível ligação entre Rússia e campanha de Trump
O diretor do FBI, James Comey, confirmou nesta segunda-feira (20) diante do Congresso americano que a polícia federal do país está investigando uma possível tentativa de interferência do governo russo na eleição presidencial do ano passado, incluindo a ligação de agentes russos com membros da campanha de Donald Trump.
"Não posso dizer mais do que isso, mas posso dizer que estamos investigando. Sei que é muito frustrante, mas é assim. Não podemos dar pistas do que já sabemos ou não", disse Comey.
Logo após os depoimentos de Comey e Rogers ao Congresso, a Casa Branca respondeu em comunicado que "não há evidências" de um conluio entre a campanha de Donald Trump e Moscou.
Comey também afirmou que o FBI não tem qualquer informação de que o ex-presidente Barack Obama tenha mandado grampear os telefones de Donald Trump durante a campanha do ano passado, acusação feita pelo atual presidente norte-americano no começo do mês pelo Twitter.
"Não tenho nenhuma informação que apoie esses tuítes, e investigamos cuidadosamente dentro do FBI", disse Comey.
"Nenhum indivíduo nos Estados Unidos pode ordenar a espionagem eletrônica de ninguém, tem que passar por um processo de solicitação", explicou o diretor do FBI, que acrescentou que o Departamento de Justiça também não tem conhecimento de nenhuma prova que possa sustentar as acusações de Trump.
Trump lançou sua acusação contra Obama no dia 4 de março através do Twitter e ainda não apresentou nenhuma prova para respaldá-la.
"Terrível! Acabo de saber que Obama tinha minhas linhas grampeadas na Trump Tower antes da vitória. Nada foi encontrado. Isto é macartismo!", escreveu Trump na rede social ao se referir à "caça às bruxas" liderada por esse senador ultraconservador durante os anos 1950.
Trump chegou a equiparar sua denúncia ao escândalo de Watergate que também envolveu gravações de conversas e acabou com a presidência de Richard Nixon em 1974.
Apesar de Obama ter negado categoricamente as acusações através de um porta-voz, Trump se manteve firme e, na sexta-feira, durante uma entrevista coletiva na Casa Branca ao lado da chanceler alemã Angela Merkel, disse que tanto ele quanto ela têm "algo em comum": ser alvo de espionagem por ordem do ex-presidente.
O comentário de Trump foi uma referência à revelação feita em 2013 de que um telefone celular de Merkel tinha sido 'hackeado' pela Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, sigla em inglês) entre 2002 e 2012, um período que inclui parte dos mandatos de George W. Bush e Obama.
Ridículas e sem sentido
O diretor da Agência de Segurança Nacional (NSA), Michael Rogers, que também prestou depoimento nesta segunda, endossou a fala de Comey de que a agência de inteligência não tinha qualquer informação sobre a acusação feita por Trump.
Rogers também comentou sobre a acusação do porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, de que Obama pode ter pedido à agência nacional britânica de inteligência, a GCHQ, que espionasse Trump.
O diretor da NSA disse que concorda com os termos usados na resposta oficial da GCHQ, que classificou as acusações de espionagem a Trump de "ridículas e sem sentido". Rogers também afirmou que a fala da Casa Branca "frustra" a inteligência britânica, considerada por ele a principal aliada da agência norte-americana.
Negativa
Horas antes dos depoimentos, Trump negou que sua campanha tivesse se aliado com a Rússia para interferir nas eleições americanas de novembro.
Em seu perfil pessoal no Twitter, Trump lembrou que James Clapper, que foi diretor nacional de inteligência no governo Obama, e "outros" disseram que não há provas de que ele "tivesse conspirado com a Rússia".
Segundo Trump, "todo o mundo sabe" que é falsa a suposta existência de um complô entre sua campanha e a Rússia com objetivo de interferir nas eleições presidenciais nas quais o magnata venceu, como candidato do Partido Republicano, sua rival democrata Hillary Clinton.
Em outro tuíte, Trump afirmou que a "história russa" foi "inventada e promovida" pelos democratas para iniciar "uma campanha terrível".
Além disso, como disse em outras ocasiões, Trump sustentou que o que o Congresso, o FBI "e todos os demais" deveriam estar investigando são os vazamentos de informação classificada, que proliferaram desde a sua chegada à Casa Branca.
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