Manifestantes põem fogo no Congresso paraguaio após votação que liberou reeleição
Manifestantes que protestavam no Paraguai contra a aprovação de um projeto para habilitar a reeleição presidencial entraram à força no Congresso e queimaram parte do edifício na noite desta sexta-feira (31).
Os opositores invadiram e saquearam gabinetes de congressistas favoráveis à emenda, e atearam fogo em alguns setores do prédio, segundo imagens da TV local. O grupo também entrou em confronto com agentes da Polícia Nacional do Paraguai diante do Congresso, depois que um grupo de 25 senadores aprovou, a portas fechadas, o projeto de emenda constitucional para habilitar a polêmica reeleição presidencial. Parlamentares de oposição acusaram a manobra de quebra institucional.
Aos gritos de "Ditadura nunca mais", centenas de opositores entraram no prédio legislativo após destruir barreiras, portões e janelas, além de lançar morteiros e pedras contra a polícia. Caminhões de bombeiros tentavam entrar na Plaza de Armas, onde está o Congresso. Há vários policiais feridos, segundo a instituição.
Video shows vandalism after protesters angered by vote break into Paraguay's Congress pic.twitter.com/
— BNO News (@BNONews) 1 de abril de 2017
Votação fechada
Os senadores não votaram no plenário do Senado, e sim em um gabinete do Congresso, diante da resistência de legisladores da oposição contra a medida, que permitirá a Cartes buscar a reeleição. A emenda foi apoiada por opositores ligados ao ex-presidente de esquerda Fernando Lugo, mas o restante da oposição denunciou a medida como um "golpe parlamentar".
A emenda será submetida a um referendo nacional, no prazo de três meses, convocado pelo Tribunal Superior de Justiça Eleitoral.
Mais cedo, a aprovação no Senado provocou duros confrontos entre manifestantes opositores e a polícia de choque. O presidente do Senado, Roberto Acevedo, o presidente do Partido Liberal, Efrain Alegre, e o deputado Edgar Ortíz, também liberal, foram feridos durante os incidentes, denunciou o senador opositor Luis Wagner.
Acevedo, o primeiro vice-presidente do Senado, Eduardo Petta, e outros legisladores da oposição ocuparam o plenário da Casa para impedir a votação, que ocorreu em um gabinete.
Oposição denuncia "projeto ditatorial"
Acevedo denunciou na quinta-feira, na Corte Suprema de Justiça, os senadores governistas por abuso de função e atentado à ordem constitucional. "Queremos que o plenário da Corte Suprema de Justiça declare inconstitucional este procedimento ilegal".
Cartes tem uma folgada maioria na Câmara dos Deputados, integrada por 80 legisladores.
O senador Carlos Filizzola, ligado ao ex-presidente Lugo, disse que a oposição liderada por Acevedo não permitiu a votação no plenário do Senado, o que obrigou os senadores a votar a emenda em outra sala. "A sessão de hoje com os 25 senadores ocorreu como estabelece o regimento e também a Constituição Nacional", destacou Filizzola.
Mas os senadores contrários ao projeto qualificaram a votação de "golpe parlamentar". "É um projeto ditatorial de Horacio Cartes com a cumplicidade de Fernando Lugo, coautor deste projeto autoritário", declarou o senador opositor Carlos Amarilla.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.