Rússia precisa decidir entre apoiar Ocidente ou Assad, dizem EUA
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Rex Tillerson, declarou nesta terça-feira (11) que a Rússia precisa decidir se irá apoiar os norte-americanos e seus aliados no Ocidente ou ficará ao lado do presidente da Síria, Bashar al-Assad, do Irã e do grupo libanês Hezbollah, que também apoiam o regime de Damasco.
Segundo o secretário norte-americano, não está claro se a Rússia descumpriu suas obrigações na Síria, ou se foi incompetente. Mas ele afirmou que essas dúvidas "não importam muito para aqueles que morreram". De acordo com ele, o apoio a Assad atrapalhará os interesses a longo prazo da Rússia.
Tillerson, que viaja ainda nesta terça-feira a Moscou, concedeu a declaração em Lucca, na Itália, onde esteve reunido com chanceleres do G7 (Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos), além de Turquia, Catar, Jordânia, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita --todos eles, de alguma forma, importantes estrategicamente para o conflito na Síria.
Ele também declarou que os EUA não veem Assad como uma futura liderança para a Síria, sem antecipar, no entanto, como a saída do líder do regime ocorreria.
Sobre o ataque químico do qual a Síria é acusada, que teria motivado o bombardeio americano em uma base aérea do governo em Homs na sexta passada (7), Tillerson declarou que os EUA "não podem deixar isso acontecer de novo".
G7 descarta novas sanções à Rússia
Apesar das críticas de Tillerson, a reunião do G7 terminou sem um consenso sobre a imposição de novas sanções à Rússia ou à Síria por causa do ataque químico, segundo o ministro das Relações Exteriores italiano, Angelino Alfano.
"Na verdade, não se conseguiu um consenso para novas sanções como instrumento efetivo", afirmou Alfano, em uma coletiva de imprensa em que comentou a proposta de seu colega britânico, Boris Johnson, de punir os responsáveis pelos bombardeios com supostas armas químicas. "É evidente que temos diferentes sensibilidades", admitiu Alfano, enfatizando que o G7 confirmou seu apoio às sanções já existentes.
Os chanceleres concordaram, no entanto, que não há nenhuma solução para a Síria enquanto o presidente Bashar al-Assad continuar no poder, segundo o chefe da diplomacia francesa Jean-Marc Ayrault.
Os participantes da reunião desta terça-feira insistiram que "não há um futuro possível para a Síria com Bashar al-Assad", declarou Ayrault, citando a posição russa. "Não é uma posição agressiva a respeito [do apoio] dos russos, e sim uma mão estendida", insistiu. "Mas já basta (...) temos que sair da hipocrisia e entrar definitivamente no processo político", completou.
"Queremos que a Rússia respalde o processo político para uma resolução pacífica do conflito sírio", afirmou o ministro alemão das Relações Exteriores, Sigmar Gabriel, citado em um comunicado.
Os chefes da diplomacia dos países do G7 estão reunidos desde segunda-feira na cidade italiana de Lucca para abordar a guerra na Síria e mostrar sua unidade antes da viagem do secretário de Tillerson a Moscou.
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