Muçulmanos "ignoram" guerra e realizam jantar comemorativo em meio a ruínas
Fotos de um jantar comemorativo realizado nesta semana em meio a destroços no subúrbio de Douma, na Síria, viralizaram por redes sociais e foram compartilhadas como um símbolo de resiliência em meio à guerra que assola o país do Oriente Médio.
O evento em questão celebrava o iftar, nome dado à refeição ingerida à noite e com a qual se quebra o jejum diário durante o Ramadã (nono mês do calendário islâmico, durante o qual os muçulmanos não se alimentam da hora que acordam até o pôr do sol).
Este jantar costuma ser celebrado de maneira comunitária, reunindo grupos de muçulmanos de todas as idades e uso de muitas cores, num ambiente alegre. Foi o que se viu neste subúrbio rebelde de Damasco, como mostram as imagens divulgadas por ativistas. Chama atenção principalmente a quantidade de crianças sorridentes registrada.
A celebração ao ar livre foi organizada pela Fundação Adeleh, uma organização de caridade ligada a rebeldes, principalmente, da Turquia. "Normalmente teríamos sido cautelosos para hospedar esses eventos devido a ataques aéreos, mas estamos aproveitando o último cessar-fogo", disse um porta-voz do grupo à rede britânica BBC.
Um acordo que declarou o estabelecimento de quatro "zonas seguras" em toda a Síria foi negociado pela Rússia, Irã e Turquia no mês passado e vem sendo mantido durante o mês sagrado dos muçulmanos, colaborando para a diminuição da violência no país.
Douma sofreu ataques aéreos desde 2012, ano que marcou o início da guerra civil síria, e está cercada por forças pró-governo desde 2013. Atualmente, a cidade é controlada pelo grupo rebelde islâmico Jaish al-Islam.
No último mês de maio, um comboio de ajuda humanitária entrou na área pela primeira vez desde outubro de 2016. A guerra fez alimentos e remédios se tornarem escassos em Douma e aumentou exponencialmente o preço dos produtos.
Por causa do conflito, os moradores tiveram que celebrar o iftar em casa ou fechados em mesquitas nos últimos anos ao invés de irem para a rua e comemorarem juntos como manda a tradição. Mas isso, enfim, voltou a acontecer nesta semana.
“Não sei o quão confuso emocionalmente eu estaria se tivesse no lugar de alguma destas pessoas... Vida, apesar da morte, hoje em Douma”, postou um médico sírio no Twitter.
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