Está com frio? Fenômeno faz Arábia Saudita atingir 50 graus em onda de calor
Se por aqui os brasileiros começam a sentir os efeitos do frio, o clima é bem diferente na Arábia Saudita. Uma forte onda de calor irá atingir o país nos próximos dias e deve continuar durante toda a semana, com as temperaturas chegando a 50 graus em algumas regiões.
O professor Augusto Pereira, do IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo), as temperaturas extremas se devem a um fenômeno comum no país localizado no Oriente Médio, chamado de bloqueio.
Segundo o especialista, uma combinação de fatores desta época do ano favorece a ocorrência de temperaturas elevadas na Arábia Saudita. Chuvas na Índia, baixa formação de nuvens e radiação solar geram o calor extremo que atinge a Arábia.
"As chuvas na Índia tendem a aumentar a subsidência de ar sobre a Arábia Saudita. Essa região fica sob alta pressão atmosférica, que inibe a formação de nuvens. A baixa formação de nuvens somada ao verão, que está começando no hemisfério norte nesse período, gera um aumento de temperatura exacerbado. Além da radiação solar, que é bem alta nessa época do ano", explica o metereologista.
De acordo com o site Arab News, as regiões leste, central e partes do oeste da Arábia Saudita serão as áreas mais afetadas pela onda de calor. As regiões de Medina e Meca e parte das províncias de Riade Al Qasim devem sofrer com tempestades de areia.
O professor ainda acrescenta que o mesmo aconteceu em São Paulo em 2014, que registrou um calor histórico de 37 graus. "Esse fenômeno é chamado de bloqueio. Já houve outros episódios famosos, que ocorreram nos Estados Unidos e na França e vitimaram mais de 10 mil velhinhos devido ao forte calor."
Para Augusto Pereira, esses aumentos exacerbados de temperatura não têm relação com o aquecimento global. "Se essas temperaturas elevadas acontecessem por conta do aquecimento global, elas seriam permanentes. O calor histórico de São Paulo de 2014, por exemplo, não ocorreu nos anos seguintes. O aumento teve a ver com o aumento do asfalto e concreto em São Paulo e não por excesso de gás carbônico na atmosfera", completa o especialista.
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