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"Não faço conluio com a Rússia," diz genro de Trump após depor no Senado

Jared Kuschner faz comunicado à imprensa após testemunhar em comitê do Senado dos EUA, em Washington - Yuri Gripas/ AFP
Jared Kuschner faz comunicado à imprensa após testemunhar em comitê do Senado dos EUA, em Washington Imagem: Yuri Gripas/ AFP

Do UOL, em São Paulo

24/07/2017 14h28

Em um raro comunicado público, Jared Kushner, genro do presidente americano Donald Trump, disse todas as suas ações foram "corretas" durante a campanha eleitoral depois que dúvidas surgiram sobre seus encontros com funcionários russos. A declaração foi dada a jornalistas após depoimento a portas fechadas no Senado dos EUA nesta segunda-feira (24).

"Deixe-me ser bem claro, eu não faço conluio com a Rússia", disse. Kushner também acrescentou que não teve "contatos impróprios" e que seus negócios não dependem de fundos russos.

Para a rede CNN, Kushner disse respondeu todas questões que eles [os senadores] tinham e que a audiência "correu bem".

Quando ele deixava o Senado, um manifestante pediu para que Kushner assinasse uma bandeira da Rússia.

Mais cedo, Kushner, que é assessor próximo a Trump, reconheceu nesta segunda-feira (24) que se reuniu quatro vezes com funcionários russos durante a campanha eleitoral de 2016, mas negou qualquer complô orquestrado para levar seu sogro à Casa Branca. De acordo com um comunicado enviado à imprensa americana e divulgado poucas horas antes de seu testemunho no Senado, Kushner descreveu contatos com o embaixador russo nos Estados Unidos, Sergei Kislyak, e com outros funcionários russos como algo normal em seu papel de mediador da campanha do então candidato Trump com os governos estrangeiros.

"Não cometi complô e não conheço ninguém na equipe de campanha que tenha cometido complô com qualquer governo estrangeiro", escreveu Jared Kushner no documento de 11 páginas que provavelmente leu diante de uma comissão do Senado nesta segunda-feira.

"O caso russo" assombra o governo de Donald Trump desde que o republicano chegou à Casa Branca, em razão das suspeitas de conluio de membros de sua equipe mais próxima. Alguns omitiram os contatos que tiveram com autoridades russas ao longo da campanha presidencial.

A ambiguidade de Trump sobre essa questão também tem fragilizado a defesa de seus colaboradores.

No domingo, seu novo diretor de comunicação, Anthony Scaramucci, indicou que o presidente não está convencido da intervenção de Moscou na eleição presidencial, conforme apontado por agências da comunidade de Inteligência dos EUA.

Trump também alardeou as repetidas negativas do presidente russo, Vladimir Putin, após seu encontro bilateral à margem do G20 em Hamburgo, no início de julho.

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Sem contatos inapropriados

"Eu não tive contatos inapropriados. Eu não dependi de fundos russos para financiar meus negócios no setor privado", deve declarar Kushner, conforme antecipado para os jornais.

Jared Kushner - que é o marido de Ivanka Trump, filha do presidente e também uma das conselheiras do pai na Presidência - também deve depor na terça-feira diante de uma comissão da Câmara de Representantes.

Desde maio, uma equipe independente de investigadores liderada pelo promotor especial e ex-diretor do FBI Robert Mueller tenta determinar se existem ligações entre a suposta ingerência da Rússia na última eleição americana e ex-responsáveis pela campanha de Donald Trump, membros de sua família e, talvez, o próprio presidente.

O Senado e a Câmara dos Deputados conduzem investigações separadas sobre o caso.

Quanto ao filho mais velho do presidente, Donald Trump Jr., e ao ex-gerente de campanha Paul Manafort, ambos estão negociando com a Comissão de Justiça do Senado para dar suas versões dos acontecimentos.

Trump Jr. e Manafort negociam sobre fornecer à comissão qualquer documento relacionado aos contatos com a Rússia e tentam definir os parâmetros de seu testemunho perante a comissão. Inicialmente, o depoimento deve ser em privado, antes de qualquer audiência pública, segundo dois funcionários da comissão - o republicano Chuck Grassley e a democrata Dianne Feinstein.

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