Cães militares se tornam cada vez mais valiosos como arma dos EUA
A guerra é um inferno para praticamente todos à sua volta. Também para os animais - especialmente para as centenas de cachorros que o Exército dos EUA mandou com os soldados ao Afeganistão, ao Iraque e a outros países desde o 11 de setembro. Agora, o Pentágono está tomando medidas para garantir que um número maior deles volte ao país.
As Forças Armadas dos EUA têm cachorros praticamente desde sua fundação. Atualmente, cerca de 1.600 cães militares de guerra (MWD, na sigla em inglês) estão em campo ou ajudando veteranos em recuperação. Isso equivale aproximadamente a um cachorro por cada três soldados americanos atualmente no Afeganistão.
Contudo, esses animais são um recurso cada vez mais precioso. Como terroristas estão atacando transportes públicos e lugares turísticos em todo o mundo, a demanda global por cães farejadores de bombas disparou.
Cães com o olfato altamente treinado custam atualmente a partir de US$ 25.000 no mercado aberto, onde unidades da patrulha fronteiriça, o Departamento de Estado dos EUA e empresas de segurança privada procuram talentos caninos. Até mesmo a guerra contra os percevejos fica com alguns dos melhores focinhos do setor. E essa é só a demanda dos EUA.
Então, por necessidade, o Departamento de Defesa dos EUA está comprando manequins caninos realistas para melhorar a capacitação dos veterinários que cuidam dos soldados peludos quando eles caem.
Desde que esses bonecos de cachorro chegaram ao mercado em janeiro, o Pentágono adquiriu uns 80 deles da TraumaFX, uma unidade da empreiteira de defesa KForce Government Solutions com sede em Atlanta. A empresa, que emprega designers de filmes de Hollywood, está apostando em outras seis propostas no momento.
"Achávamos que talvez venderíamos 50, mas o crescimento foi surpreendente", disse a vice-presidente da KForce, Carolyn Hollander, que acrescentou que originalmente o projeto foi considerado como uma forma de fazer a coisa certa - uma "retribuição".
Boneco articulado
O K9 Hero - o cão substituto da Trauma - é totalmente articulado, pesa 22,5 quilos e custa por volta de US$ 20.000. Ele tem pulso, uma bolsa interna inflável que imita a respiração e muitas aflições possíveis. Se apertar um botão em um controle remoto, o animal de estimação de borracha até sangra profusamente. No mês que vem, a empresa apresentará o sucessor do Hero, Diesel.
Desenvolvido especificamente para cachorros das forças especiais, o soldado eletrônico animado tem vários ferimentos de bala, membros amputáveis e intestinos que podem inchar. Ele também late e choraminga.
A demanda alta por cachorros adestrados pode influir na escassez deles. A Força Aérea afirma que o número de cachorros nas Forças Armadas dos EUA é cerca de 38 por cento mais baixo do que no auge da guerra no Afeganistão.
O problema econômico para o Pentágono é exacerbado pelo fato de os EUA ainda não serem muito bons produzindo cães militares. Embora a Força Aérea tenha iniciado um programa de criação no Texas, a maioria dos cachorros ativos do país é importada, principalmente da Europa Central e Oriental - onde a cultura de adestramento de cães está muito arraigada. Oficiais de aquisições militares realizam quatro viagens por ano para conseguir filhotes europeus.
A TraumaFX começou a vender seu manequim canino a escolas de Veterinária para usar em lugar de cadáveres. Forças militares estrangeiras também estão fazendo pedidos. "Normalmente, uma agência ou um braço militar compra cinco ou dez deles e manda-os para o exterior", disse Hollander. "Nós chamamos isso de ninhada."
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.