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Forte terremoto atinge a Cidade do México no aniversário do tremor de 1985

Do UOL, em São Paulo

19/09/2017 15h36Atualizada em 20/09/2017 04h07

Um terremoto de magnitude 7.1 atingiu o México na tarde desta terça-feira (19). O forte tremor foi sentido em 18 municípios, incluindo a Cidade do México, onde edifícios caíram e pessoas estão soterradas. Na atualização mais recente, as autoridades do país confirmaram que ao menos 224 pessoas morreram na região central mexicana.  O número foi informado pelo secretário de Governo, Miguel Ángel Osorio.

Em uma entrevista à emissora "Televisa", Osorio disse que há 117 mortos na Cidade do México, 39 no estado de Puebla, 55 em Morelos, 12 no Estado do México e outro em Guerrero. Além disso, existem 45 edifícios totalmente destruídos, e em seis deles acredita-se que existam pessoas soterradas.

O tremor abala a cidade no mesmo dia em que era lembrado o 32º aniversário do grande terremoto de 1985, que deixou milhares de mortos na capital mexicana. O terremoto de hoje é oficialmente o mais mortífero no país desde o desastre de 1985.

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Tremor de magnitude 7.1 atingiu o México e chegou a ser sentido na capital
Imagem: Arte/UOL
Imagens divulgadas nas redes sociais mostram que prédios desabaram e carros foram esmagados pelos escombros.

O epicentro do tremor foi nos arredores de Axochiapan, no Estado de Morelos, a cerca de 120 km da capital, segundo o Serviço Nacional mexicano. Ele foi registrado a 57 km de profundidade.

Após o terremoto, havia cenas de pânico e pessoas choravam pelas ruas. O tremor ocorreu apenas algumas horas depois de muitos participarem de treinamentos sobre terremotos em todo o país no aniversário do sismo devastador de 1985.

"Estou consternada, não consigo conter o choro, é o mesmo pesadelo de 1985", disse à AFP, entre lágrimas, Georgina Sánchez, de 52 anos, chorando em uma praça da Cidade do México.

Forças Armadas fazem segurança

As forças armadas mexicanas se mobilizaram para garantir a segurança nos 44 locais colapsados na Cidade do México pelo terremoto.

Os soldados se integraram aos trabalhos que desde os primeiros minutos foi assumido pelos cidadãos e tomaram o comando para seguir com os trabalhos de busca de sobreviventes junto com os órgãos de emergência.

As autoridades do governo federal e da capital mexicana detectaram 44 locais colapsados.

Aeroportos fechados e prédios no chão

Todas as operações do aeroporto internacional da Cidade do México foram suspensas. Ao menos 44 edifícios em diferentes lugares da capital desabaram. 

Funcionários da Defesa Civil advertiam a população para o risco de vazamento de gás. "Não fumem! Há vazamentos de gás!", gritavam os socorristas, enquanto corriam pelas ruas na região de Roma Norte.

O presidente do México, Enrique Peña Nieto, convocou o Comitê Nacional de Emergências para avaliar a situação e coordenar ações. Ele enviará aproximadamente 3.000 soldados para a Cidade do México para apoiar os trabalhos de resgate.

Em postagens no Twitter, o presidente insistiu para que a população evite circular pelas ruas e avenidas para liberar o caminho para os serviços de emergência.

 

Segundo grande terremoto no mês

No dia 7 de setembro, o terror já tinha sido revivido pelos mexicanos com um tremor que atingiu 8,2 graus, segundo informações atualizadas do Serviço Sismológico Nacional (SSN) do México. O tremor foi o mais forte a atingir o país em quase um século e matou 90 pessoas. O sismo, de magnitude 8,2 atingiu a costa do estado de Chiapas, deixando centenas de edifícios em ruínas e provocando centenas de réplicas. Juchitan, em Oaxaca, sofreu alguns dos piores danos no país.

O epicentro daquele terremoto foi a 700 quilômetros da capital. A distância, juntamente com medidas de segurança melhoradas nos edifícios em sequência do desastre de 1985, asseguraram que a capital tenha sido pouco afetada pelo tremor.

Em 1985, um grave terremoto de 8,1 graus na escala Richter, com epicentro em Michoacan (centro do país) causou 10 mil mortes, segundo fontes oficiais, e 45 mil, segundo a Coordenadora Única das Vítimas. O tremor provocou a destruição de um terço dos edifícios da Cidade do México. (Com agências internacionais)