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Furacão Maria perde força, mas deixa danos "severos" em Porto Rico e 9 mortos nas Antilhas

Do UOL, em São Paulo

20/09/2017 18h34

O furacão Maria deixou nesta quarta-feira (20) danos "severos" na infraestrutura e nas casas de Porto Rico durante as seis horas em que seu olho castigou a ilha caribenha, após devastar no início desta semana as ilhas de Dominica e Guadalupe, onde deixou pelo menos nove mortos.

A destruição deixada pelos ventos de 250 quilômetros por hora de Maria foi tamanha que o governador de Porto Rico, Ricardo Rosselló, pediu ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que declare a ilha como zona de desastre. Ao deixar a ilha, o furacão foi rebaixado para a categoria 2, com ventos de 175 km/h, e agora segue para a República Dominicana --ele está a 120 km da ilha.

Rosselló traçou um panorama dos danos causados por Maria até agora, desde o transbordamento de rios a um aumento do nível do mar que chegou a 1,7 metro, com ondas superiores a 6 metros. O governador disse que o perigo ainda é real.

"A cauda do furacão vai trazer a Porto Rico mais chuva e mais vento", disse Rosselló, que advertiu que os socorristas não podem sair para começar os serviços de resgate até que os ventos baixem para 80 km/h, por isso não há informações sobre os danos e possíveis vítimas em muitas zonas.

Uma das primeiras consequências da passagem do furacão foi a perda de fornecimento de energia em quase toda a ilha e a queda das telecomunicações, segundo o diretor da Agência Estatal para a Gestão de Emergências e Administração de Desastres de Porto Rico, Abner Gómez.

Os danos nas estruturas são tão graves que prefeita de San Juan, Carmen Yulin Ruiz, pediu aos cidadãos que comecem o racionamento, já que, antecipou, ficarão "quatro meses sem luz".

Uma das principais preocupações é a cheia de vários rios da ilha e as enchentes e deslizamentos de terra que podem acontecer devido às intensas chuvas.

Maria superou Irma como o furacão mais poderoso da temporada, com uma pressão de 909 milibares, horas antes de chegar ao litoral de Porto Rico, que não recebia um ciclone de categoria 4 desde 1932.

Ambos alcançaram ventos de categoria 5, a mais alta na escala Saffir-Simpson, e devastaram o Caribe em apenas 15 dias em uma temporada de furacões bastante intensa, na qual José, de categoria 4, ameaçou as Pequenas Antilhas na semana passada.

Antes de chegar a Porto Rico, Maria devastou várias ilhas das Pequenas Antilhas, como as Ilhas Virgens Americanas, Guadalupe e Dominica, onde deixou um total de nove mortos.

A Prefeitura de Guadalupe confirmou dois mortos e dois desaparecidos, enquanto que Hartley Henry, assessor do premiê de Dominica, Roosevelt Skerrit, revelou nesta madrugada que pelo menos sete pessoas morreram devido à passagem de Maria sobre a ilha.

Em um e-mail enviado a veículos de imprensa locais, Henry indicou que houve uma "perda tremenda" de casas e edifícios públicos e pediu o envio urgente à ilha de comida, água e material para construir refúgios para as centenas de pessoas que ficaram desabrigadas.

A Unidade de Coordenação da Agência para a Gestão de Emergências em Desastres do Caribe (CDEMA, na sua sigla em inglês) destacou que foram danificados entre 70% e 80% dos edifícios em Dominica, além de estradas e pontes.