ELN assume autoria de assassinato de governador colombiano e ameaça acordo de cessar-fogo
A guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN) assumiu, por meio de um documento publicado neste domingo (29), a responsabilidade pelo assassinato do governador indígena Aulio Isarama Forastero, ocorrido na última terça-feira (24) na zona rural do departamento de Chocó, na fronteira com o Panamá.
O “Comunicado à opinião pública”, disponível no site da Frente de Guerra Occidental - Omar Gómez, do ELN, afirma que Isarama, líder da reserva indígena Catru Dubaza Ancoso, do município de Alto Baudó, teria relação com “inteligência militar”; por isso, decidiram abordá-lo para “interrogá-lo”.
O assassinato de Aulio Isaramá foi a primeira violação desde o cessar-fogo bilateral que começou há menos de um mês, em 1º de outubro. No último dia 22, começou o quarto ciclo de diálogos da Mesa de Quito, entre o governo e a guerrilha, na capital do Equador.
A morte
Segundo o site El País na Colômbia, os fatos aconteceram por volta das 17h do dia 24, enquanto Isarama realizava atividades com sua comunidade. Testemunhas relatam que cinco homens chegaram ao local com armas de fogos, vestidos com uniformes que tinham símbolos alusivos ao ELN.
Eles teriam constrangido o governador com as armas e o levado para o interrogatório com seus superiores. Ainda conforme o site, vários disparos foram escutados por testemunhas duas horas depois do sequestro.
A carta do ELN afirma que Isarama se recusou a caminhar em direção ao lugar do interrogatório e correu em direção a uma das guerrilhas - onde teria sido morto.
O ELN pediu desculpas e se comprometeu a fazer “exercícios de reflexão em todos os níveis internos” para evitar que “eventos como este” aconteçam de novo.
Cessar-fogo bilateral
Ainda segundo o El País, o presidente Juan Manuel Santos disse que, se fosse comprovada a autoria da morte do governador pelo ELN, o fato seria considerado “uma grave violação ao cessar-fogo”.
Juan Camilo Restrepo, chefe negociador que representa o governo colombiano, manifestou-se pelo Twitter e qualificou o assassinato como repudiável:
O ELN, ao final de seu documento, afirmou que “ratificava o compromisso e conformidade com o cessar fogo bilateral”.
Com informações da EFE
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