Acusado por crime na Guerra da Bósnia morre ao ingerir veneno durante julgamento
O ex-líder militar bósnio-croata morreu em um hospital de Haia depois de ter ingerido veneno na sala de audiência do Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (TPII) em Haia, informou a agência oficial croata Hina. Horas depois, a morte de Praljak foi confirmada pelo tribunal por meio de um comunicado.
Slobodan Praljak, 72 anos, afirmou que rejeitava a condenação de 20 anos e depois ingeriu diante das câmeras o conteúdo de um frasco que tirou do bolso. Seu advogado de defesa afirmou que se tratava de veneno.
"Tomei veneno", gritou também Praljak, de 72 anos, perante o Tribunal, depois de escutar sua sentença.
O juiz, Carmel Agius, interrompeu imediatamente a sessão e na qual também estavam sendo julgados outros cinco ex-líderes políticos e militares croatas da Bósnia.
E entraram os serviços de emergências, em meio à estupefação na sala do tribunal.
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O primeiro-ministro croata, Andrej Plenkovic, confirmou a morte de Pralijak após ela ter sido inicialmente noticiada pela TV estatal croata e ofereceu suas condolências à família. A polícia holandesa declarou o tribunal como "cena de crime".
As autoridades holandesas iniciaram hoje "uma investigação independente" sobre a morte.
Os seis acusados já tinham sido condenados em primeira instância em 2013 por crimes na cidade de Mostar, onde os croatas da Bósnia e os muçulmanos lutaram entre 1993 e 1994, e a Corte confirmou hoje a sentença de todos eles.
Pralijak foi comandante do Estado-Maior das forças de Defesa croatas de Bósnia (HVO). Ele foi considerado culpado por ter sido informado de que fiéis muçulmanos estavam sendo detidos por soldados e levados para a cidade de Prozor no verão de 1993 e por não ter feito nada para impedir isso. Também não agiu ao saber que havia planos de matá-los, assim como por saber de ataques a membros de organizações internacionais e a locais no leste de Mostar, como mesquitas.
O juiz, que retomou minutos mais tarde a sessão, também confirmou a pena de 25 anos ao ex-primeiro-ministro Jadranko Prlic e de 20 anos para seu ex-ministro de Defesa Bruno Stojic e o ex-militar Milivoj Petkovic.
Além disso, o ex-chefe da Polícia bósnia-croata, Valentin Coric, foi sentenciado a 16 anos e Berislav Pusic a 10 anos, como dirigente das detenções forçadas durante a guerra.
O Tribunal Penal Internacional da Guerra da Bósnia foi instaurado em 1993, quando o conflito ainda estava em curso, para julgar atrocidades cometidas durante esse período. Os julgamentos se concentraram em grande parte no papel da Sérvia no conflito, mas mostraram que a Croácia também promoveu uma limpeza étnica para assumir o controle de territórios bósnios.
Ao longo de 24 anos, foram indiciados 161 suspeitos, dos quais 90 foram condenados. A sessão desta quarta-feira faz parte do último caso a ser julgado antes da corte especial ser encerrada no próximo mês. (Com as agências internacionais)
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