Israel liberta palestina de 14 anos no território "errado" e divide família
Uma adolescente de 14 anos deixou a Cisjordânia para visitar a tia em Jerusalém. Ao retornar da casa da parente, ela foi detida por militares de Israel porque não tinha a permissão para transitar pelo território ocupado. Ela foi interrogada sem a presença dos pais e ficou presa por dias até ser avisada que seria libertada. Mas seu drama estava apenas começando.
Era a manhã do último dia 15 de janeiro quando Ghada, a jovem palestina (que não teve o sobrenome divulgado), soube que seria levada até o posto de fronteira de Qalandiya, que fica a poucos minutos de sua cidade natal, Al-Ram, na Cisjordânia.
Após horas de viagem e já de noite, Ghada foi deixada pela equipe do serviço prisional militar israelense no posto de Erez, em Gaza, no outro lado do território palestino.
Ghada nunca tinha estado em Gaza. Ela não sabia onde estava e, durante todo o processo, os pais da garota não foram avisados sobre o que estava acontecendo.
No escuro, Ghada atravessou o posto e, após algum tempo, conseguiu falar com uma autoridade palestina e, através dela, ligou para a mãe. A família orientou a garota a ficar na casa de parentes que ela nunca chegou a conhecer até então. É lá que ela aguardou uma resolução do seu problema até esta quinta-feira (1º), quando teve autorização para retornar à família na Cisjordânia.
Segundo o advogado Abir Joubran-Dakwar, da ONG de defesa dos direitos humanos Hamoked, que está cuidando do caso, Ghada sofre de epilepsia e está sob supervisão médica. O estresse da situação, segundo ele, pode afetar a condição dela.
Um porta-voz do Serviço Prisional de Israel disse que, de acordo com os dados oficiais, a garota era uma moradora de Gaza.
Ghada nasceu em Ramallah e agora mora com a família em Al-Ram, na Cisjordânia. No entanto, seu pai nasceu na faixa de Gaza e quando Ghada nasceu, as autoridades israelenses teriam identificado o endereço dela como sendo Gaza.
Israel mantém controle sobre o registro da população de palestinos nos territórios palestinos ocupados.
O país também mantém um bloqueio em Gaza sob a justificativa de que a medida é necessária para isolar o grupo Hamas, com quem israelenses já enfrentaram em três guerras.
Além disso, é extremamente difícil para um palestino da Cisjordânia obter uma permissão de Israel para visitar a faixa de Gaza.
Segundo a ONG, cerca de 21.000 palestinos vivem na Cisjordânia, mas tem o registro de endereço como sendo Gaza.
No ano passado, 27 palestinos que vivem na Cisjordânia foram enviados a força para Gaza, segundo dados militares recebidos pela ONG.
O advogado Joubran-Dakwar disse que está é a primeira vez que ouve um caso de alguém tão jovem nesta situação.
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