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Caça israelense é derrubado após atacar alvos militares do Irã na Síria

Palestina, Israel, Iraque, Síria: os conflitos no Oriente Médio

AFP

Do UOL, em São Paulo

10/02/2018 07h58

Um caça F-16 das Forças Armadas de Israel foi derrubado pela Síria neste sábado (10). A ação ocorreu durante uma operação israelense contra alvos militares iranianos dentro do território sírio.

Os dois pilotos abandonaram o caça e foram levados para o hospital; um deles está em estado grave. O F-16 caiu em Harduf, no norte de Israel.

Segundo o Exército israelense, a operação ocorreu em resposta à incursão de um drone iraniano no espaço aéreo de Israel, que foi interceptado e derrubado durante a madrugada. Depois da queda do caça, Israel atacou diversos alvos do Irã na Síria, cujo ditador, Bashar  al-Assad, tem apoio dos iranianos na guerra civil do país.

10.fev.2018 - Caça F-16 pega fogo após ser derrubado pela defesa anti-aérea da Síria; ele caiu em Harduf, no norte de Israel - Ronen Zvulun/Reuters - Ronen Zvulun/Reuters
Imagem: Ronen Zvulun/Reuters

"Doze alvos, entre eles três baterias de defesa aérea e quatro alvos iranianos que fazem parte do estabelecimento militar do Irã na Síria, foram atacados", informou o Exército, através de um comunicado.

"Um piloto do Exército ficou gravemente ferido como resultado de uma evacuação de emergência de um avião. O piloto foi transferido para o hospital para receber tratamento médico. O incidente está sendo investigado", informou um porta-voz militar.

"O Exército vê os ataques iranianos e a resposta síria como uma grave e irregular violação da soberania israelense", afirmou Israel.

Durante o ataque, a Síria disparou entre 16 e 20 mísseis contra a aviação israelense, o que ativou os alarmes antiaéreos nos territórios ocupados das Colinas do Golã, na fronteira entre Síria e Israel.

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Local da queda do caça foi isolado pela polícia israelense - AFP - AFP
Local da queda do caça foi isolado pela polícia israelense
Imagem: AFP

Segundo o diretor do Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahman, os bombardeios israelenses foram dirigidos contra alvos no leste da província de Homs (centro), região onde, segundo ele, atuam forças iranianas e membros do Hezbollah libanês pró-Irã, outro inimigo de Israel.

Após o ataque de hoje, Israel disse que "está completamente preparado para futuras ações". É a primeira vez que o Exército de Israel reconhece ter atacado alvos iranianos desde o começo do conflito na Síria, em 2011.

Esta também é a primeira vez em muito tempo, segundo o tenente-coronel israelense Jonathan Conricus, que Israel perde um avião de combate. Permitindo que o Irã atue em seu território, o regime sírio e as autoridades iranianas "estão brincando com fogo", advertiu Conricus.

"Não buscamos uma escalada, mas estamos preparados para diferentes cenários e para fazer pagarem caro por ações como esta", disse o militar.

Israel e Síria seguem oficialmente em estado de guerra há décadas - as Colinas de Golã estão ocupadas pelos israelenses desde 1967. Nos últimos meses, Netanyahu tem alertado para o que chama de "expansão do Irã" na região e afirmou que Israel não permitirá que a presença iraniana na Síria ameace seus interesses.

Síria, Irã e Rússia negam ação de drone 

Os aliados do regime sírio - Hezbollah, Irã e Rússia - negaram que um drone iraniano tenha violado o espaço aéreo israelense. "Nenhum drone entrou no espaço aéreo da Palestina ocupada", afirmou o comando conjunto das operações na Síria, em referência ao território de Israel.

O Irã acusou o governo israelense de mentir e defendeu o direito sírio "à legítima defesa", em resposta aos bombardeios lançados por Israel. "Para encobrir seus crimes na região, os dirigentes de Israel recorrem a mentiras contra outros países", declarou à AFP o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Bahram Ghasemi.

(Com agências internacionais)