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Crítico de Putin, exilado Nikolai Glushkov é encontrado morto em Londres

Do UOL, em São Paulo

13/03/2018 14h17Atualizada em 13/03/2018 17h12

O exilado russo Nikolai Glushkov, 69, foi encontrado morto na noite de segunda-feira em sua casa em Londres, informou a imprensa britânica nesta terça-feira (13). A morte de Glushkov acontece num momento de tensão entre o Reino Unido e a Rússia por conta do envenenamento de um ex-espião russo Serguei Skripal em solo britânico.

Glushkov, de 68 anos e exilado político no Reino Unido, foi achado por familiares e amigos e as causas da morte ainda são desconhecidas, de acordo com o jornal "The Guardian". Segundo o jornal, até o momento não há qualquer evidência de que a morte de Gushkov teria ligação com o ataque contra Skripal. A polícia antiterrorista britânica está conduzindo a investigação "por precaução, por causa das ligações que o homem teria", indicou em um comunicado, sem fornecer sua identidade.

A polícia britânica e o serviço secreto do MI5 irão reabrir as investigações sobre a morte de 14 pessoas no Reino Unido nos últimos anos que teriam ligações com a Rússia --a morte de Glushkov não está incluída até o momento.

Ex-diretor da companhia aérea russa Aeroflot nos anos 1990, Glushkov foi condenado a 8 anos de prisão e ao pagamento de US$ 20 milhões pela Justiça russa em 2017 por desvio de fundos da empresa. A denúncia de corrupção foi lançada em 1999, quando Glushkov fazia parte dos parceiros de Boris Berezovski.

Berezovski, ex-oligarca russo que se tornou opositor ao Kremlin, foi encontrado enforcado em sua residência perto de Londres em março de 2013. Na época, Gluchkov questionou a tese de suicídio.

"Temos amigos em comum, eles me informaram de morte de Glushkov. Não sei nada sobre as causas, mas era um homem de certa idade. Ele morreu em sua casa em Londres", reagiu Demian Kudriavtsev, proprietário do jornal russo Vedomosti e ex-conselheiro de Boris Berezovski, citado pela agência oficial TASS.

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Skripal, antigo espião da inteligência militar russa, capturado nos anos 90, e a filha dele, Yulia, foram expostos a um "agente nervoso" de natureza militar e estão internados em estado grave.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, indicou que é "altamente provável" que o Kremlin esteja por trás desse ataque e adiantou que irá impor várias medidas contra a Rússia se as suspeitas forem confirmadas. (Com Efe)