Alunos deixam salas de aula nos EUA em protesto contra a legislação de armas
Estudantes de várias escolas dos EUA deixaram as salas de aula na manhã desta quarta-feira (14) em um protesto contra a violência com armas de fogo no dia em que completa o mês do ataque realizado em uma escola de Parkland, na Flórida. Os alunos permaneceram 17 minutos fora das salas --um minuto para cada vítima do atirador Nikolas Cruz, ex-aluno da instituição.
Mais de 3.000 atos foram programados em todo o país e pelo mundo, segundo os organizadores. A proposta é pedir que a classe política que restrinja o acesso às armas e proíba a venda de fuzis semiautomáticos, como o AR-15 usado por Cruz no ataque. O mesmo modelo de arma também foi utilizado nos massacres em Las Vegas (58 mortos), Texas (26) e Newtown, Connecticut (26).
Foram planejadas ações nas ruas, nas quadras e até em campos de futebol. Simpatizantes do movimento dizem que os protestos representam a percepção do poder e da influência dos adolescentes, criados em meio às redes sociais, e que cresceram em uma era de guerras intermináveis e ataques armados em massa.
Na terça-feira, a Promotoria da Flórida anunciou que pedirá a pena de morte para Cruz. Ele enfrenta 17 acusações de homicídio premeditado em primeiro grau e 17 acusações de tentativa de homicídio, pelos 17 mortos e 17 feridos durante o massacre na escola Marjory Stoneman Douglas, em 14 de fevereiro.
A atenção nacional atraída pelo massacre em Parkland, assim como a pressão exercida pelos estudantes, motivaram legisladores da Flórida a aprovar na semana passada medidas inéditas orientadas a pôr limites ao acesso às armas, que é garantido pela segunda emenda da Constituição.
A lei de "segurança escolar" entrou em vigor na sexta-feira passada, ao ser assinada pelo governador da Flórida, Rick Scott. A lei 7026 eleva de 18 para 21 anos a idade mínima para comprar armas, proíbe os "bump stocks" (dispositivos que permitem armas semiautomáticas disparar rajadas) e destina US$ 400 milhões para melhorar a segurança nas escolas e tratamentos de saúde mental.
Esta medida não proíbe os fuzis semiautomáticos e adia para 1º de outubro a entrada em vigor da cláusula relativa aos "bump stocks".
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