Piloto que pousou avião na Filadélfia foi uma das primeiras americanas a comandar um caça
A piloto que fez um pouso de emergência com um avião da Southwest Airlines, na terça-feira (17), no aeroporto da Filadélfia, após uma peça se soltar de um dos motores durante o voo e quebrar uma janela, está sendo elogiada por ter "nervos de aço" e ter impedido que uma catástrofe maior pudesse ter ocorrido. Uma mulher morreu no acidente e outras sete pessoas tiveram ferimentos leves.
Tammie Jo Shults estava no comando do voo 1380, da Southwest Airlines, com destino a Dallas e que tinha 148 pessoas (143 passageiros e 5 tripulantes) a bordo. O Boeing 737-700 saiu de Nova York e, por causa da despressurização da cabine, causada pela quebra de uma janela, precisou fazer um arriscado pouso de emergência.
Shults é formada em biologia e agronegócio pela Universidade MidAmerica Nazarene, mas logo se decidiu pela aviação. Ela foi uma das primeiras mulheres americanas a se tornar piloto de caças militares.
Em entrevista à Associated Press, o passageiro Alfred Tumlinson elogiou a piloto e toda a tripulação pelo profissionalismo.
"Ela tem nervos de aço. Aquela mulher, eu a aplaudo. Vou lhe mandar um cartão de Natal com um vale-presente por ter me trazido de volta ao chão. Ela foi incrível", disse. "A moça, a equipe, tudo, todo mundo estava imaculado. Eles foram muito profissionais no que fizeram para nos trazer de novo à terra firme."
O cunhado da piloto, Gary Shults, disse que o marido dela também é piloto da Southwest.
"Ela é uma mulher formidável. Meu irmão diz que ela é a melhor piloto que ele conhece. Ela é uma pessoa muito atenciosa, que cuida de muitas pessoas", disse o cunhado que trabalha como dentista em San Antonio à AP.
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A companhia aérea se recusou a revelar o nome de quem estava no comando do voo 1380, mas os passageiros confirmaram que se tratava de Shults. Em entrevista ao jornal "Washington Post", a sogra da piloto, Virginia Shults, também disse ter reconhecido a voz da nora na gravação das conversas de rádio com a torre de controle divulgadas pela imprensa.
Virginia afirmou que Shults deve estar muito chateada pela morte uma passageira, identificada como Jennifer Riordan, no voo.
A sogra descreveu Shults como uma pioneira na aviação americana. Cindy Foster, que se formou com a piloto em 1983, contou, ao jornal "Kansas City Star", que Shults foi uma das primeiras mulheres a pilotar um caça F/A-18 Hornet para a Marinha dos Estados Unidos.
No livro “Military Fly Moms,” de Linda Maloney, ainda não publicado no Brasil, Shults conta que via shows de aviação quando jovem e tinha vontade de voar. Em 1979, ainda no colégio, ela assistiu a uma palestra sobre aviões. No evento, um coronel aposentado notou que ela era a única menina no recinto e pergunto se ela não estava perdida.
"Eu reuni coragem para garantir que eu não estava perdida e que estava interessada em voar", escreveu ela. "Ele me permitiu ficar, mas me garantiu que não havia mulheres pilotos profissionais."
Shults entrou para a Marinha, se tornou piloto e serviu militarmente até se tornar tenente. Ela deixou a corporação em 1993 para trabalhar na aviação civil. Hoje, a piloto vive com o marido na região de San Antonio, no Texas. O casal tem dois filhos, um menino adolescente e uma jovem com cerca de 20 anos. (Com agências internacionais)
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