Após Bolsonaro criticar tratado, Temer se compromete com Acordo de Paris
Em seus últimos dias como presidente do Brasil, ao lado de Rússia, Índia, China e África do Sul --os chamados Brics--, Michel Temer (MDB) é signatário de uma declaração nesta sexta-feira (30) em que os países se comprometem com a "plena implementação do Acordo de Paris".
O gesto tem significado especial em face das críticas dos últimos dias de Jair Bolsonaro (PSL), em relação ao tratado. O presidente eleito também revelou ter participado da decisão do Brasil de retirar o convite para sediar a Conferência da ONU sobre o clima, a COP-25.
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No comunicado oficial firmado em Buenos Aires, em paralelo à cúpula das maiores economias do mundo, o G20, os presidentes das cinco nações também instam os "países desenvolvidos a proverem aos países em desenvolvimento apoio financeiro, tecnológico e de capacitação, para aumentar suas capacidades de mitigação e adaptação".
O texto ainda diz:
Com respeito à mudança do clima, comprometemo-nos à plena implementação do Acordo de Paris, adotado sob os auspícios da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, incluindo os princípios das responsabilidades comuns porém diferenciadas e das respectivas capacidades
Macron alfinetou Bolsonaro
A posição do Brasil em relação a tratados ambientais é um dos assuntos quentes deste G20 em território sul-americano.
Ontem, ao chegar a Buenos Aires, o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que a assinatura de um acordo comercial entre União Europeia e Mercosul depende do apoio do governo brasileiro ao Acordo de Paris.
Sem mencionar o futuro presidente brasileiro, o mandatário francês mandou uma mensagem direta:
"Do lado francês, eu digo claramente que não sou favorável à assinatura de um acordo comercial amplo com potências que não respeitam o Acordo de Paris e que anunciam que não vão respeitar o Acordo de Paris", disse Macron.
Na véspera do embarque de Temer, o Ministério das Relações Exteriores anunciou que retirou a candidatura brasileira para sediar a COP-25, conferência do clima das Nações Unidas, no próximo ano. A declaração foi feita depois que Bolsonaro afirmou recomendar ao próximo chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, que o Brasil não realizasse o evento.
A COP25 seria palco das negociações para a implementação do Acordo de Paris. Mas o próprio futuro ministro Araújo já deu declarações questionando o que chamou de "alarmismo climático".
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