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Guaidó chega a festival contra Maduro e se junta a outros líderes

Guaidó chega em festival de música organizado pela oposição

UOL Notícias

Do UOL*, em São Paulo

22/02/2019 20h24

O líder do parlamento venezuelano, Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente em exercício do país, chegou no começo da noite de hoje ao show "Venezuela Aid Live" com vários artistas internacionais na cidade colombiana de Cúcuta.

O festival tem como objetivo arrecadar doações para enviar à Venezuela, mas não há muitos detalhes sobre como isso será feito. Guaidó se encontrou com os governantes de Colômbia, Chile, Paraguai e o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro. 

Almagro vem sendo um dos líderes de organizações internacionais mais ativos contra o governo de Nicolás Maduro. Hoje, o secretário da OEA fez diversas publicações em seu perfil no Twitter rechaçando o autoritarismo de Maduro.

"O bloqueio à entrada da ajuda humanitária é uma séria responsabilidade criminal contra a humanidade. Ao negar a ajuda, a ditadura usurpadora #Venezuela viola o direito à vida e à saúde das pessoas de maneira sistemática. #OEAconVzla", escreveu em uma das publicações. 

Dois mortos na fronteira

Ao menos duas pessoas morreram na fronteira entre Brasil e Venezuela hoje durante confrontos com forças de segurança do ditador Nicolás Maduro. A fronteira está fechada desde a noite de ontem por ordem de Maduro, e a região de Santa Elena do Uairén (Venezuela) teve o efetivo militar reforçado nos últimos dias para evitar a entrega da ajuda humanitária. Ao menos 12 pessoas ficaram feridas --a imprensa venezuelana afirma que este número pode chegar a 22.

Segundo autoridades, os mortos são da comunidade indígena Kumaracapay. A primeira morte foi confirmada pelo presidente interino, Juan Guaidó: a indígena Zoraida Rodriguez. Segundo Guaidó, dois soldados dispararam contra indígenas que se manifestavam em um posto de controle em apoio à entrada das doações. A segunda vítima é Rolando García, segundo informaram os deputados opositores Americo de Grazia e Jose Guerra.

Governo brasileiro diz que ação "não é política"

Em entrevista coletiva à imprensa no início da noite de hoje, o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, disse que a entrega de alimentos e medicamentos à Venezuela está mantida para amanhã e "tem caráter apenas de ajuda humanitária".

Segundo o porta-voz, o Brasil, neste momento, não vai se envolver com a política do país vizinho. Rêgo Barros informou que "a operação [para envio de alimentos e remédios] se estenderá por mais alguns dias, sem previsão de término".

Um caminhão venezuelano carregado de mantimentos já está em Boa Vista, a 180 km de Paracaima, e outros quatro veículos estão a caminho. A intenção é que amanhã eles sigam rumo a Pacaraima e, daí, para o país vizinho. Ao todo, 200 toneladas de alimentos básicos, como açúcar, sal, café, arroz e feijão, além de kits de primeiros-socorros aguardam o transporte.

*Com informações de agências