Venezuela: três pessoas morrem em confrontos na fronteira com Brasil
Ao menos três pessoas morreram hoje em protestos em Santa Elena de Uairén, a cidade venezuelana na fronteira com o Brasil. Um relatório do hospital da cidade divulgado na tarde de sábado confirma dois mortos, segundo agências de notícias. A deputada da oposição venezuelana, Olivia Lozano, publicou mais tarde nas redes sociais que foram três mortos, um deles menor de idade.
Além disso, dezenas de outras pessoas ficaram feridas nas manifestações de hoje, sendo que cinco delas foram levadas para hospitais no Brasil.
Nas redes sociais, o autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, escreveu que "justiça será feita em nome dos assassinados".
Desde a manhã de sábado, grupos de pessoas aguardavam a chegada de dois caminhões carregados de remédios e alimentos do Brasil, mas unidades da Guarda Nacional impediram a passagem dos veículos. O fechamento da fronteira entre Brasil e Venezuela foi ordenado pelo ditador Nicolás Maduro já na quinta-feira (21).
Houve confrontos com as forças de segurança e detonações altas foram ouvidas na cidade. Segundo o hospital de Uairén, além das duas mortes, 12 pessoas ficaram feridas. Outras cinco foram levadas para o hospital Délio Oliveira Tupinambá, em Pacaraima, do lado brasileiro da fronteira.
Segundo a Secretaria de Saúde de Roraima, o estado de saúde de todas elas é grave e os feridos devem ser transferidos para Boa Vista. Na sexta (22), nove vítimas dos conflitos na cidade venezuelana foram levadas à capital do estado. Ao todo, 16 venezuelanos já foram atendidos em hospitais brasileiros.
Na Colômbia
A Colômbia informou ter contabilizado 285 feridos em Cúcuta, segundo o chanceler colombiano, Carlos Holmes Trujillo. Entre os feridos, 255 são cidadãos venezuelanos e 30 são colombianos, e acrescentou que a maioria deles foi afetada por gás lacrimogêneo e pelo uso "de armas não convencionais".
Além disso, o chanceler colombiano afirmou que 37 das vítimas precisarão ser hospitalizadas, por isso foram levadas a centros médicos da região.
"Esta ação pacífica e de caráter humanitário foi interrompida pela Venezuela sob o regime usurpador de (Nicolás) Maduro com uma repressão violenta", disse o chanceler colombiano em referência à entrega de ajuda humanitária ao país vizinho.
Confrontos já haviam deixado 2 mortos
Ontem, duas pessoas morreram nos confrontos com forças de segurança venezuelanas na fronteira com o Brasil. Militares abriram fogo contra um grupo de civis que tentava ajudar a manter a fronteira da Venezuela com o Brasil aberta. Segundo opositores, os mortos são da comunidade indígena Kumaracapay. A Venezuela, porém, nega que as forças do governo tenham entrada em confronto com indígenas.
A situação também é tensa na fronteira venezuelana com a Colômbia. Em Cúcuta e em Ureña, a ajuda humanitária também está sendo bloqueada, tendo sido recebida com gás lacrimogêneo e balas de borracha pela Guarda Nacional Bolivariana, que apoia Maduro. Mais de 40 pessoas ficaram feridas, segundo um socorrista disse à agência Efe.
Os feridos são venezuelanos, que pretendiam cruzar com assistência para seu país pela ponte Simón Bolívar, fechada na véspera. O ditador não quer permitir a entrada do auxílio por ter sido negociado com os Estados Unidos, principal alvo de suas críticas internacionais, e a Colômbia, país com o qual rompeu relações diplomáticas em discurso hoje.
Maduro alega que a ajuda é apenas uma maneira de seus opositores entrarem militarmente no país e tirá-lo à força do poder. Por enquanto, a alta cúpula militar está do lado de Maduro e ajuda no bloqueio da ajuda humanitária e na contenção dos protestos, que se espalharam pelas cidades.
* Com agências de notícias
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