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Após voltar dos EUA, ministro diz que terrorismo é uma "ameaça à Venezuela"

O ministro da Relações Exteriores, Ernesto Araújo - Ricardo Moraes/Reuters
O ministro da Relações Exteriores, Ernesto Araújo Imagem: Ricardo Moraes/Reuters

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

20/03/2019 13h47Atualizada em 20/03/2019 17h48

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, disse hoje que a presença de organizações terroristas são uma ameaça à Venezuela e à segurança na região.

A declaração foi dada durante uma entrevista coletiva convocada pelo Itamaraty após a chegada ao Brasil da comitiva brasileira que estava em Washington. O chanceler foi um dos ministros que acompanharam o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e outros integrantes do primeiro escalão do governo em uma visita de três dias aos Estados Unidos, que teve como ponto central o encontro com o presidente norte-americano Donald Trump.

Até recentemente, não se admitia que havia terrorismo na América do Sul, e hoje se sabe por inteligência que isso pode ser uma ameaça e que isso é uma ameaça à Venezuela
Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores

Ernesto foi questionado sobre a suposta presença do grupo terrorista Hezbolah na Venezuela, mas não mencionou o grupo diretamente em sua resposta.

Ele negou que o tema tenha sido abordado durante o encontro entre Bolsonaro e Trump, mas disse que a existência de organizações terroristas no país vizinho precisa ser monitorada.

"Temos preocupação com a presença de elementos terroristas na Venezuela [...] é algo que precisa ser monitorado", afirmou.

Intervenção na Venezuela

Ontem, em entrevista coletiva ao lado de Donald Trump, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o Brasil e os Estados Unidos "farão o possível" no combate à ditadura de Nicolás Maduro e não descartou ceder o território brasileiro para uma possível intervenção militar norte-americana na Venezuela.

Bolsonaro não detalhou ações tomadas em conjunto e deu resposta evasiva ao ser questionado por um jornalista se permitiria a fixação de uma base militar americana no Brasil para dar apoio à intervenção na Venezuela. Em janeiro, Bolsonaro havia descartado essa possibilidade.

Ernesto Araújo tenta se capitalizar após viagem aos EUA

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"Tem certas questões que, se você divulgar, deixam de ser estratégicas", afirmou o brasileiro para justificar a falta de resposta à questão. "Essas questões reservadas, que podem ser discutidas, se já não foram, não poderão se tornar públicas", afirmou Bolsonaro ao lado de Trump, na frente da Casa Branca.

Depois, fora da Casa Branca, Bolsonaro minimizou a intenção bélica. Questionado por uma repórter se vai privilegiar a diplomacia ou a intervenção na Venezuela, Bolsonaro disse: "Diplomacia em primeiro lugar, até as últimas consequências."