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Battisti assume responsabilidade em 4 homicídios

Battisti é conduzido por policiais italianos ao desembarcar no aeroporto de Ciampino, em Roma - Alberto Pizzoli/AFP-14.jan.2019
Battisti é conduzido por policiais italianos ao desembarcar no aeroporto de Ciampino, em Roma Imagem: Alberto Pizzoli/AFP-14.jan.2019

Do UOL, em São Paulo

25/03/2019 10h08

O ex-ativista de extrema-esquerda Cesare Battisti, que permaneceu foragido durante 40 anos, reconheceu a um juiz italiano que é responsável por quatro assassinatos cometidos nos anos 1970. Esta é a primeira vez que Battisti, que foi extraditado em janeiro para a Itália, onde cumpre pena de prisão perpétua, admite ser responsável pelos crimes que renderam sua condenação à revelia.

"Eu falo apenas de minhas responsabilidades, não delatarei ninguém. Estou ciente do mal que fiz e peço desculpas aos familiares [das vítimas]", afirmou Battisti ao procurador Alberto Nobili, que coordena o órgão antiterrorismo do Ministério Público de Milão.

Nobili é responsável pelo inquérito que investiga as supostas ajudas recebidas por Battisti em seu período de fuga. A confissão foi feita no último fim de semana, na penitenciária da Sardenha onde ele cumpre pena de prisão perpétua. "Battisti admitiu ter participado diretamente dos quatro homicídios, sendo que foi o executor material em dois deles", reforçou Francesco Greco, chefe do Ministério Público de Milão.

Cesare Battisti foi condenado na Itália por terrorismo e participação em quatro assassinatos cometidos na década de 1970, período marcado por uma intensa violência política e conhecido como "Anos de Chumbo".

Ele foi condenado em contumácia e passou quase 40 anos foragido. Boa parte desse período foi vivido no Brasil, onde ele chegou a ganhar refúgio do então ministro da Justiça, Tarso Genro. A decisão seria revogada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas Luiz Inácio Lula da Silva, no último dia de seu segundo mandato, decidiu autorizar sua permanência no país.

Após o então presidente Michel Temer ter ordenado sua extradição, em dezembro passado, ele fugiu para a Bolívia, onde seria detido no mês seguinte.

(Com AFP e Ansa)