Após morte de família no Chile, Airbnb diz que vai pagar traslado de corpos
O Airbnb afirmou que vai custear o traslado dos corpos da família brasileira que morreu ontem dentro de um apartamento no centro de Santiago (Chile). O aplicativo de hospedagens disse ainda que vai pagar a ida e a volta da família para acompanhar os trâmites legais e trazer os corpos da capital chilena de volta para o Brasil.
"Estamos profundamente consternados com este trágico incidente. Nós nos solidarizamos com os familiares e estamos em contato para prestar todo apoio necessário aos familiares neste momento difícil. A segurança de nossa comunidade de viajantes e anfitriões é a nossa total prioridade", disse a empresa em nota.
Ontem seis membros de uma mesma família morreram dentro de um apartamento alugado por meio do aplicativo.
A suspeita é que um vazamento de gás tenha sido a causa das mortes do autônomo Fabiano de Souza, 41, a mulher dele Débora Muniz Nascimento de Souza, 38, e os filhos, Karoliny Nascimento de Souza, 14, e Felipe Nascimento de Souza, 13, estavam junto com os tios Jonathas Nascimento Kruger (irmão de Débora), 30, Adriane Padilha Kruger.
Eles estavam na capital chilena para comemorar o aniversário de Karoliny, que completaria 15 anos amanhã.
O Ministério das Relações Exteriores disse que aguarda identificação oficial das vítimas por parte das autoridades chilenas. A pasta afirmou por meio de nota que acompanha o caso e que está em contato com familiares no Brasil e com as autoridades que investigam as circunstancias do ocorrido.
O Itamaraty disse ainda que não cabe ao governo brasileiro pagar pelo traslado, mas que os consulados brasileiros atuam no caso de morte de cidadão no exterior apoiando para a expedição de documentos, contato com familiares e autoridades locais, para agilizar os trâmites.
"Não cabe ao MRE informar, sem que a família assim tenha solicitado de maneira expressa, a data prevista para a chegada dos corpos ao Brasil", esclareceu.
No Brasil, a família já havia iniciado uma campanha de arrecadação para trazer os corpos para o Brasil, que pedia R$ 100 mil, antes de o Airbnb se comprometer a pagar os custos. A plataforma oferece um seguro para proprietários para o caso de dano ao imóvel, mas problemas relacionados aos usuários do aplicativo são analisados caso a caso.
O apartamento alugado pela família fica localizado entre as ruas Mosqueto e Santo Domingo, no centro de Santiago, em uma região conhecida como Bellas Artes.
A família catarinense gostava de viajar. Casados desde 1999, as redes sociais de Débora e Fabiano possuem diversas fotos de passeios e viagens em família. A última delas foi publicada no dia 13 de abril, em Balneário Camboriú (SC).
Os tios de Karoliny também tinham o mesmo gosto por viagens. Adriane postou ontem as últimas fotos da viagem ao Chile, tiradas na região de Cajón del Maipo.
Possível intoxicação
Segundo o Itamaraty, a família dos brasileiros recebeu telefonemas durante a tarde dos parentes que estavam no Chile. Eles falavam coisas desconexas e sem sentido, o que alarmou os familiares. A polícia brasileira foi acionada e um delegado de Florianópolis entrou em contato com consulado brasileiro no Chile, que enviou um representante ao apartamento.
O diplomata chegou ao local acompanhado de agentes da polícia, que tiveram que forçar a entrada no imóvel depois que ninguém respondeu à campainha.
Bombeiros testaram o ar dentro do apartamento e encontraram altas concentrações de monóxido de carbono -- gás incolor cuja inalação pode levar à morte. Por causa do possível vazamento, a polícia interditou as ruas dos arredores do prédio e evacuou vizinhos. Os moradores puderam retornar às suas casas por volta das 21h.
Uma investigação foi aberta para apurar as causas do incidente.
Há três possíveis fontes de vazamento: fogão, aquecedor de água ou aquecedor do quarto, segundo os bombeiros. As investigações estão a cabo da Superintendência de Eletricidade e Combustíveis do Chile.
O segundo comandante do Corpo de Bombeiros de Santiago, Diego Velásquez, afirmou por ter sido um dia bastante frio, de outono, as janelas do apartamento deveriam estar fechadas no momento do vazamento de gás.
"Lamentavelmente isso favoreceu para que o monóxido de carbono, se é que foi assim, tenha acelerado a intoxicação dessas pessoas", disse.
Ainda segundo ele, o problema é comum na cidade em prédios mais antigos. "Nos prédios mais antigos, pelas redes de gás ou pelo sistema de calefação, é comum que haja emanação de monóxido de carbono, mas não com tantas vítimas", disse ao UOL. Velásquez afirmou ainda que a fiscalização desses sistemas cabe à Superintendência de Eletricidade e Combustíveis do Chile.
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