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EUA ampliam sanções contra Cuba e proíbem viagens em grupo e exportações

26.abr.2019 - Presidente Donald Trump fala com repórteres na Casa Branca - Mandel Ngan/AFP
26.abr.2019 - Presidente Donald Trump fala com repórteres na Casa Branca Imagem: Mandel Ngan/AFP

Do UOL*, em São Paulo

04/06/2019 11h01

O governo do presidente americano Donald Trump endureceu as sanções contra Cuba hoje, proibindo viagens de grupos de americanos para a ilha caribenha, bem como a exportação de veículos dos Estados Unidos.

Em comunicado, o Departamento do Tesouro explicou que os EUA não permitirão as viagens culturais e educativas de contato com o povo cubano, conhecidas como "people to people" em inglês e que tinham permitido que milhares de americanos visitassem a ilha após a aproximação iniciada em 2014 durante o governo de Barack Obama.

"Cuba continua a desempenhar um papel desestabilizador no Hemisfério Ocidental, fornecendo uma plataforma comunista na região e apoiando adversários dos EUA em lugares como a Venezuela e a Nicarágua, fomentando a instabilidade, minando o estado de direito e suprimindo os processos democráticos", afirmou o secretário do Tesouro Steven Mnuchin, anunciando as medidas.

As medidas anunciadas hoje buscam limitar as viagens não familiares a Cuba, em linha com o que já tinha delineado em abril o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, durante um discurso em Miami.

"Este governo tomou uma decisão estratégica para reverter o relaxamento das sanções e outras restrições ao regime cubano. Essas ações vão ajudar a manter os dólares americanos fora do alcance dos serviços militares, de Inteligência e de segurança cubanos", disse ele em um comunicado.

Os Estados Unidos aplicam desde 1962 um bloqueio econômico contra Cuba, a fim de forçar uma mudança de regime. Desde a chegada de Trump ao poder, o governo tem reforçado as medidas contra a ilha, apagando a aproximação conduzida por Obama.

O fim das viagens educacionais em grupo será, provavelmente, um duro golpe para o turismo americano na ilha, que decolou com as iniciativas tomadas por Obama.

O projeto do Tesouro proíbe as chamadas "viagens educacionais coletivas". Esse mecanismo permitia que agências de viagens organizassem "grupos educacionais", reunindo turistas americanos que, durante visita a Cuba, passavam algum tempo com cubanos.

A decisão do Tesouro também restringe as exportações de navios de passageiros, embarcações recreativas e aeronaves privadas.

Após sua posse em janeiro de 2017, prometendo reverter o degelo de Obama com Cuba, Trump proibiu visitas individuais e limitou as interações comerciais com o país.

Washington acusa Cuba de apoiar o governo venezuelano do presidente Nicolás Maduro.

*Com AFP e EFE