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De volta da Argentina, Bolsonaro diz se preocupar com vitória de Cristina

Agustin Marcarian/Reuters
Imagem: Agustin Marcarian/Reuters

Gabriel Sabóia

Do UOL, no Rio de Janeiro

07/06/2019 12h53

Ao voltar de viagem oficial à Argentina, na manhã de hoje, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), criticou a possibilidade do grupo liderado pela ex-presidente Cristina Kirchner voltar ao poder. Ela é candidata a vice-presidente na chapa liderada por Alberto Fernández. A dobradinha é tida como maior concorrente à reeleição de Maurício Macri, que tem a preferência de Bolsonaro.

Ontem, o pesselista não citou o nome de Macri e Cristina no discurso feito após o encontro com o mandatário argentino. Hoje, Bolsonaro fez um discurso mais crítico. "Aqui (no Brasil) eu posso falar o que não podia falar lá por respeito ao povo deles. Me preocupo muito com a Cristina Kirchner voltar ao poder. Temos um exemplo mais ao norte, que é a Venezuela. Depois que a coisa chega naquela situação é dificil tirar. Que o povo deles não vote empolgado pelo populismo que a esquerda vai oferecer", afirmou.

Ele participou da cerimônia de formatura de sargentos do (CIAA) Centro de Instrução Almirante Alexandrino, no Rio de Janeiro, nesta manhã. No mesmo evento, ele aproveitou para falar sobre a possibilidade de criação de uma moeda única no Mercosul. "Uma família começa com duas pessoas. A ideia (da criação de uma moeda única) foi lançada na Argentina, quem sabe com outros países do Mercosul", afirmou.

O projeto foi divulgado ontem pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, durante reunião com empresários em Buenos Aires. A moeda se chamaria peso-real e ainda não há prazo para sua avaliação. Após a divulgação, o Banco Central enviou nota negando que a moeda única esteja em estudo.

Questionado sobre a autoria do projeto que possibilidade da nova moeda, o presidente disse que a vontade do Governo Federal é levá-lo à frente. "O projeto não precisa sair da Presidência. As casas legislativas também podem ter. No que depender de nós (governo), poderemos aprovar. Eu não quero a paternidade de nada, só quero que o país vá para frente", explicou.

Em relação aos questionamentos feitos pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), que citou possíveis prejuízos à economia brasileira, caso fosse criada a nova moeda, Bolsonaro voltou a fazer uma analogia com a organização familiar. "Uma nova moeda é como um casamento. Você ganha de um lado, mas perde do outro. Às vezes você quer ver jogo do Botafogo ou do Mengão (Flamengo), mas sua mulher quer ir ao shopping. Faz parte. Quanto mais gente falar com fundamentos, melhor. Ele (Rodrigo Maia) é filho de um economista", lembrou.

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Band Notí­cias

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.