Araújo chama Venezuela de "elefante na sala" e pedra no caminho do Mercosul
Em sua fala durante a cúpula do Mercosul, o ministro de Relações Exteriores brasileiro, Ernesto Araújo, chamou a Venezuela, país suspenso do bloco desde 2016, de "elefante na sala" e afirmou que a crise no país é a "grande pedra no caminho da América do Sul rumo ao crescimento".
"O resto do mundo hoje olha para a América do Sul com uma enorme expectativa. Mas, nesse momento, a primeira pergunta é: e a Venezuela? Como é que esse enorme país vai se recolocar numa comunidade democrática? Esse é o nosso grande desafio que muitos, talvez a maioria de nossos países aqui, têm procurado enfrentar em diferentes instâncias", disse Araújo em Santa Fé, na Argentina.
Segundo o chanceler, a Venezuela, no entendimento brasileiro, é "um regime ditatorial, que há algum tempo não se preocupa em proporcionar nada ao seu próprio povo, apenas em se manter no poder a qualquer custo". "É importante que não ignoremos essa situação que, antes de mais nada, é uma situação humanitária, um desafio político, econômico e social para todos nós", afirma.
A Venezuela aderiu ao Mercosul em 2012 e está suspensa desde 2016. A punição está prevista no Protocolo de Ushuaia, que trata dos compromissos democráticos a serem seguidos pelos membros do bloco.
Araújo disse ainda que sucesso do Mercosul atualmente se dá, "em grande parte, porque existe hoje uma firme convergência de visão entre os Estados-partes fundadores", que são Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. "Estamos convencidos de que é preciso deixar para trás a imagem e a prática de um bloco estático. O Mercosul que estamos recriando juntos é um bloco ágil, moderno e competitivo. E é esse novo Mercosul que estamos propondo aqui com os demais países associados. É um bloco que contribui para o crescimento e é capaz, ao mesmo tempo, de responder às capacidades reais dos nossos cidadãos", disse o chanceler.
Prioridades da presidência brasileira no Mercosul
Ao assumir a presidência rotativa do Mercosul pela primeira vez neste segundo semestre, o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) vai priorizar a revisão da TEC, a tarifa externa comum, visando a abertura comercial do bloco.
Oficialmente, o Brasil assumiria o comando do bloco no começo do mês, mas a passagem da presidência será feita na cúpula que acontece hoje e amanhã em Santa Fé, no norte da Argentina. O chanceler Ernesto Araújo chegou ontem ao país para participar dos debates de ministros de Relações Exteriores hoje. Bolsonaro chega somente amanhã e deve permanecer no país somente pouco menos de cinco horas.
"A TEC, que nunca sofreu um processo abrangente de revisão em seus 25 anos de existência, é elevada para os padrões internacionais, encarecendo insumos para a indústria e produtos de consumo para a população. É preciso atualizá-la e torná-la um instrumento efetivo de competitividade para as empresas do Brasil e do Mercosul nos mercados regional e global", diz a nota emitida pelo Itamaraty sobre a presidência rotativa do bloco.
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