"Doentes mentais puxam o gatilho, não as armas", diz Trump sobre massacres
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, condenou hoje os dois massacres do fim de semana que deixaram ao menos 32 pessoas mortas. Em seu primeiro discurso na Casa Branca desde os episódios, Trump disse que "doentes mentais e o ódio puxam o gatilho, não as armas". Ele classificou os ataques como "crime de ódio", embora a polícia ainda não tenha confirmado esta informação.
"O atirador de El Paso publicou um manifesto online consumido pelo ódio racista", disse Trump em seu discurso hoje. "Em uma voz, nossa nação deve condenar o racismo, o fanatismo e a supremacia branca".
Durante o fim de semana, dois ataques deixaram ao menos 32 mortos -- incluindo um dos atiradores -- em El Paso, no Texas, e em Dayton, Ohio.
No primeiro, um homem de 21 anos atirou dentro de um supermercado Walmart, deixando 22 mortos. No segundo, um homem de 24 anos atirou em frente a um bar e deixou nove mortos, incluindo sua irmã, antes de ser abatido pela polícia.
No primeiro caso, a polícia suspeita de crime de ódio contra a comunidade hispânica de El Paso, já que sete dos mortos eram mexicanos. Mas no segundo ainda não se sabe a motivação. Em conferência de imprensa, a polícia de Ohio disse não ter informações sobre crime de ódio.
Essas ideologias maléficas devem ser derrotadas. O ódio não tem lugar na América. O ódio distorce a mente, destrói o coração e devora a alma Donald Trump em discurso sobre os massacres
Internet e videogames
Trump também culpou a internet e os videogames por "prover um ambiente perigoso para radicalizar mentes perturbadas e atos dementes".
"A internet, da mesma forma, é usada para tráfico humano, distribuição ilegal de drogas e tantos outros crimes hediondos. Os perigos da internet e das mídias sociais não podem ser ignorados e eles não serão ignorados", falou.
"Temos que parar com a glorificação da violência em nossa sociedade. Isso inclui os horríveis e terríveis jogos de videogame que agora são comuns. Hoje é muito fácil para jovens problemáticos se cercarem de uma cultura que celebra a violência"
Pediu a pena de morte
Ele disse que esteve em contato com as autoridades de El Paso e Dayton e se dirigiu diretamente ao Departamento de Justiça para propor "uma legislação que garanta que aqueles que cometem crimes de ódio e assassinatos em massa enfrentem a pena de morte".
Ele acrescentou que a pena capital nesses casos deve ser "entregue rapidamente, de forma decisiva e sem anos de atraso desnecessário".
Segundo ele, os ataques são "terrorismo doméstico", o que na lei americana cabe a pena de morte.
"Pedimos ao FBI que identifique todos os recursos necessários para investigar e interromper crimes de ódio e terrorismo doméstico. Devemos lançar uma luz sobre os recessos escuros da internet e parar os assassinos em massa antes que eles comecem".
Ele sugeriu ainda a adoção de alguns controles na lei que garante a posse de armas e que os legisladores "devem se certificar de que as pessoas consideradas um grave risco à segurança pública não tenham acesso a armas de fogo e que, se o fizerem, essas armas de fogo sejam confiscadas rapidamente".
Ele disse que também esteve em contato com o presidente mexicano, Lopez Obrador, a quem prestou condolência pela morte de seus cidadãos.
Na hora de desejar orações, Trump errou ao dizer o nome da cidade. "Ofereço minhas orações para aqueles que pereceram em Toledo". Toledo, em Ohio, fica a 2,5 mil Km de El Paso e 241 km de Dayton.
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