Reino Unido, Alemanha e Espanha são contra bloqueio de acordo UE-Mercosul
Depois do Reino Unido e da Alemanha, o governo da Espanha também resolveu criticar as declarações do presidente da França, Emmanuel Macron, que defendeu o bloqueio do acordo entre a União Europeia e o Mercosul, às vésperas da reunião de cúpula do G7 em Biarritz (França).
"Para a Espanha, o objetivo de luta contra a mudança climática é um objetivo prioritário, mas consideramos que é justamente aplicando as cláusulas ambientais do Acordo [com o Mercosul] que mais se pode avançar, e não propondo um bloqueio de sua ratificação que isole os países do Mercosul", informou o governo espanhol.
"A Espanha liderou o último impulso para a assinatura do Acordo UE-Mercosul, que vai abrir enormes oportunidades para ambos os blocos regionais", declarou uma fonte do governo espanhol à AFP.
A proposta de Macron, em plena inquietação mundial pelos grandes incêndios na Amazônia, não desmente por outro lado a vacilante atitude que Paris teve com o acordo entre os grandes blocos comerciais europeu e sul-americano, que supõe um grande desafio para seu setor agropecuário.
Macron chegou a acusar o presidente Jair Bolsonaro de "mentir" sobre seus compromissos ambientais.
O G7, que inicia neste sábado suas reuniões em Biarritz, prepara inclusive uma resposta "concreta" ao fogo que consome a floresta tropical, segundo a França.
Para Alemanha, suspender acordo não é resposta apropriada
A atitude de indignação da França contrasta com a cautela de países como Alemanha, Reino Unido e, agora, da Espanha.
O Reino Unido uniu-se à Alemanha neste sábado ao criticar a decisão do presidente francês, Emmanuel Macron, de obstruir um acordo comercial entre a União Europeia e o grupo Mercosul dos países sul-americanos para pressionar o Brasil contra incêndios florestais na Amazônia.
Depois de desembarcar no balneário francês de Biarritz, acontece uma cúpula de países do G7, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, criticou a decisão, um dia depois que o escritório da chanceler alemã Angela Merkel fez o mesmo em Berlim.
"Há todo tipo de pessoa que usará qualquer desculpa para interferir no comércio e frustrar os acordos comerciais, e eu não quero ver isso", disse Johnson a repórteres.
Na sexta-feira, um porta-voz de Merkel disse que não concluir o acordo comercial com os países Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai do Mercosul "não é a resposta apropriada para o que está acontecendo no Brasil agora".
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, indicou que é "difícil imaginar um processo de ratificação enquanto o governo brasileiro permitir a destruição" da Amazônia.
(Com AFP e Reuters)
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