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Condado nos EUA nega assinatura do NYT a biblioteca alegando ser fake news

5.nov.2019 - Versão digital do The New York Times - Reprodução/NYT
5.nov.2019 - Versão digital do The New York Times Imagem: Reprodução/NYT

Do UOL, em São Paulo

05/11/2019 10h28

Uma biblioteca no condado de Citrus, na Flórida, Estados Unidos, queria uma assinatura digital do jornal americano "The New York Times", porém, teve seu pedido negado pelos comissionários com a justificativa de que o jornal era "fake news".

Por cerca de 2,7 mil dólares anuais (aproximadamente R$10 mil), a biblioteca queria oferecer aos seus 70 mil clientes mais uma opção de pesquisa em acervos de jornais. No entanto, quando o pedido foi levado aos oficiais do condado, ele riram e disseram concordar com Donald Trump ao apontar o jornal como "fake news", reportou o "The Washington Post".

"Eu concordo com o presidente Trump", disse o comissário Scott Carnahan. "Não vou votar a favor. Não quero o New York Times neste condado".

Segundo o jornal local, "Chronicle", todos os cinco membros da comissão do condado rejeitaram o pedido, o que gerou surpresa na população.

"Nós realmente precisamos assinar o New York Times?", Perguntou o comissário Ron Kitchen Jr enquanto os outros riram.

Carnahan disse que o problema não era a falta de recursos, pois a biblioteca iria receber os valores que custariam a assinatura, porém a biblioteca poderia "fazer outra coisa" com o dinheiro. Ele acrescentou que apoiava Donald Trump e que, se caso os moradores do condado quisessem ler o jornal, que assinassem para receber em casa.

Em entrevista ao Chronicle, os comissários admitiram que a decisão era política. "Não acho que o condado seja obrigado a assinar todos os principais jornais ou pontos de vista. Uma hora se traça um limite", disse o comissário Jeff Kinnard.

A presidente do conselho da biblioteca, Sandy Price, protestou da decisão: "A visão política pessoal de alguém não tem lugar para decidir quais recursos da biblioteca estão disponíveis para todo o condado. As bibliotecas precisam garantir que todos os pontos de vista estejam representados."

O caso aconteceu aconteceu no último dia 24 de outubro, mesmo dia que o presidente Trump anunciou o cancelamento das assinaturas do Times e do Post. Porém, a reunião para decidir o pedido teria ocorrido horas antes do Wall Street Journal publicar a decisão presidencial.