Jornalistas tentam registrar termo "fake news" para evitar que Trump use
Um grupo de jovens jornalistas dos Estados Unidos está tentando registrar o termo "fake news" para evitar que o presidente Donald Trump continue usando de forma indiscriminada, como vem fazendo.
Em texto publicado no site da revista Teen Vogue, Emily Bloch, uma das profissionais envolvidas, conta que o grupo estabeleceu parceria com a agência criativa canadense WAX para conseguir enquadrar "fake news" entre marcas comerciais registradas no país.
"Ser jornalista agora é assustador. Mas também é irritante, afinal, o presidente do nosso país está constantemente desvalorizando nosso trabalho e cria o hábito de ignorar as denúncias obstinadas como 'notícias falsas'", escreveu Bloch. "Só porque você não gosta de uma informação, isso não significa que você pode chamar de falsa".
A jornalista aponta que, segundo dados do site Factba.se, criado para rastrear os comentários públicos do presidente, Trump usou "fake news" mais de 1200 vezes desde que se tornou presidente, em janeiro de 2017 — mais de uma vez por dia, em média.
O pedido de registro feito pelo grupo ao Departamento de Marcas e Patentes dos EUA ainda está pendente.
Enquanto o órgão não emite uma decisão, os jornalistas envolvidos com o projeto pretendem enviar cartas de cessação a usuários das redes sociais que abusam do termo. "Incluindo Trump, é claro", disse Emily Bloch.
E, mesmo se a resposta for negativa, a jovem diz que o grupo espera que a ação sirva, pelo menos, para levar os norte-americanos à reflexão.
"Também queremos usar essa oportunidade para lembrar às pessoas que os jornalistas são humanos. Nós somos vigilantes da sociedade e trabalhamos duro para apresentar ao público fatos mesmo recebendo pouco reconhecimento, elogios e recompensas", escreveu.
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